Depois das tampas presas… Garrafas de plástico têm outra ‘novidade’ este ano
Seis meses após a introdução das tampas presas às garrafas de plástico de bebidas – que não agradou a todos -, uma nova medida da União Europeia entrou em vigor, desta vez exigindo que todas as garrafas de plástico PET (tereftalato de polietileno) contenham pelo menos 25% de plástico reciclado. Esta iniciativa é mais um passo no cumprimento da Diretiva Europeia 2019/904, que visa reduzir o impacto ambiental dos produtos de plástico.
Diferentemente da implementação das tampas presas, que gerou críticas de muitos consumidores por ser considerada pouco prática, a nova exigência afeta diretamente os fabricantes. As empresas deverão ajustar os seus processos de produção para cumprir a norma, o que não deverá ter impacto direto na experiência do consumidor.
Os fabricantes de embalagens de bebidas e outros produtos já estavam a preparar-se para esta mudança há vários anos, incorporando gradualmente plástico reciclado nos seus produtos para atender a regulamentações anteriores. No entanto, o principal desafio associado a esta medida poderá ser o aumento do preço do plástico reciclado, que tem estado em alta devido à sua limitada disponibilidade. Este fator pode, eventualmente, ter repercussões nos custos finais de alguns produtos.
A nova regra faz parte de um esforço contínuo da UE para combater a poluição causada pelo plástico. Uma medida anterior, adotada em 2021, proibiu a venda de plásticos descartáveis, como palhinhas, talheres e cotonetes, substituindo-os por materiais mais sustentáveis. Já em 2023, a obrigatoriedade das tampas presas às garrafas gerou descontentamento entre os consumidores, mas foi defendida pelas autoridades como uma solução para evitar que as tampas acabem como lixo nos oceanos.
Estas iniciativas fazem parte da estratégia europeia para o plástico, que pretende prevenir e reduzir o impacto ambiental dos resíduos plásticos. Segundo estimativas do Fórum Económico Mundial, se as tendências atuais continuarem, até 2050 haverá mais plástico do que peixe nos oceanos.
Com estas medidas, a UE reforça o compromisso de criar uma economia mais sustentável, promovendo a reutilização e a reciclagem de materiais. A obrigatoriedade de plástico reciclado em garrafas PET é apenas um passo dentro de um plano maior, que inclui metas ambiciosas para o futuro.
Os consumidores, por agora, não deverão notar grandes mudanças com a nova exigência, mas a adaptação das indústrias e o impacto no custo do plástico reciclado são fatores que continuarão a ser monitorizados nos próximos anos. O objetivo final é claro: reduzir drasticamente a poluição por plásticos e proteger o ambiente para as gerações futuras.