Europeus são os que têm mais medo de uma segunda administração Trump, revela estudo
Cidadãos do Reino Unido, Coreia do Sul e Estados-membros da União Europeia – países tradicionalmente aliados dos Estados Unidos – têm mais dúvidas sobre o futuro da Administração Trump em comparação com o resto do mundo, segundo uma sondagem realizada para o Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR) e o relatório da Europa da Universidade de Oxford.
Os aliados dos EUA na Europa são mesmo os mais pessimistas sobre a futura ordem global sob uma nova Administração Trump, sendo que na UE e no Reino Unido a maioria das pessoas considerou um segundo mandato na Casa Branca do republicano como prejudicial aos cidadãos americanos, aos seus próprios países e a resolução de conflitos globais – a opinião pública sobre Trump foi mesmo notoriamente baixa na Coreia do Sul.
Cidadãos de países tradicionalmente aliados dos EUA, como Reino Unido, Coreia do Sul e estados-membros da UE, expressam maiores dúvidas sobre o futuro do governo Trump em comparação ao resto do mundo, de acordo com uma nova pesquisa global.
“O que nós [a UE e a Coreia do Sul] temos em comum? Somos ambos aliados dos EUA que dependem dos EUA para a nossa segurança”, explicou Timothy Garton Ash, historiador da Universidade de Oxford e coautor do estudo, em declarações à ‘Euronews’.
A imprevisibilidade de Trump na política externa está a levantar cada vez mais preocupações em toda a Europa: o estudo apontou também que a UE está dividida na sua perceção do presidente eleito dos EUA e do relacionamento que o bloco europeu deve ter com os EUA. “Temo que o impacto de Trump não será apenas dividir o Ocidente, mas dividir a Europa. E esse é um grande desafio para nós, europeus”, acrescentou o especialista.
Qualquer tentativa da UE de alcançar unidade em oposição direta a Trump pode levar a grandes divisões entre e dentro dos estados-membros, sustentou o relatório: em todo o bloco, 21% dos entrevistados veem os Estados Unidos como um aliado que partilha interesses e valores, 50% os consideram um parceiro necessário, enquanto 3% os consideram um rival em conflito.
Em contraste com as perceções europeias, em países como Índia, China e Rússia, as pessoas estão mais otimistas quanto ao regresso de Trump à Casa Branca, considerando-o benéfico para os seus próprios países e para a paz global: 82% dos entrevistados na Índia consideraram que a presidência de Trump será boa para a paz no mundo, uma posição partilhada por 57% dos cidadãos na Arábia Saudita e mais da metade (52%) na China.