Portugal ocupa o 6º lugar em rentabilidade por dividendo na Europa, com expectativas de crescimento

O mercado de dividendos na Europa vai alcançar novos recordes em 2025, com um aumento projetado de 4% no valor total distribuído pelas empresas do índice MSCI Europe, somando 459 mil milhões de euros.

Este crescimento reflete uma tendência positiva para o pagamento de dividendos, que deverá continuar nos próximos anos, com a previsão de atingir 496 mil milhões de euros em 2026.

Em Portugal, os dividendos estão a seguir o mesmo caminho de crescimento. Após um total de 1,75 mil milhões de euros distribuídos em 2024, espera-se que esse valor suba para 1,84 mil milhões de euros em 2025, podendo chegar a 1,9 mil milhões de euros até 2026. Este crescimento coloca o país em 6º lugar no ranking europeu de rentabilidade por dividendos, com uma estimativa de 4,8% para 2024, que poderá subir para 4,9% em 2025.

Grant Cheng, gestor de dividendos de ações, afirma: “O recente aumento na distribuição de dividendos insere-se numa tendência altista, que apenas se viu interrompida durante a pandemia de Covid-19. As perspetivas permanecem igualmente positivas: espera-se que o pagamento de dividendos continue a aumentar anualmente. Em 2025, os setores das Tecnologias de Informação e da Saúde deverão liderar o crescimento no pagamento de dividendos. Em contrapartida, os dividendos no setor da energia podem diminuir. O setor financeiro, por seu lado, continuará a ser o principal pagador de dividendos, embora com um crescimento mais moderado.”

O estudo AllianzGI Dividend Study 2025 destaca o papel crucial dos dividendos como fonte de rendimento para os investidores. Nos últimos 40 anos, quase 39% da rentabilidade total anualizada dos investimentos em ações no MSCI Europe foi gerada pelos dividendos. Este valor foi ainda mais significativo na Ásia-Pacífico, com 41%, e na América do Norte, com 22%. De acordo com Hans-Jörg Naumer, autor do estudo, a maioria das empresas tem seguido uma política de aumento contínuo dos dividendos, com apenas uma proporção reduzida a cortar os pagamentos em anos excecionais como 2009 e 2020.

Além de serem uma fonte importante de rendimento, os dividendos são vistos como uma forma eficaz de complementar os rendimentos do trabalho, especialmente num contexto de envelhecimento populacional e pressão sobre as pensões públicas.