Seis países da UE pedem a Bruxelas para reduzir ‘travão’ no preço do petróleo russo estabelecido pelo G7
Seis países da União Europeia apelaram à Comissão Europeia para reduzir o teto de preço do petróleo russo, atualmente fixado em 60 dólares por barril, argumentando que essa medida contribuiria para diminuir as receitas de Moscovo, que são usadas para financiar a sua guerra contra a Ucrânia.
O pedido foi feito através de uma carta dirigida à Comissão Europeia, assinada por Suécia, Dinamarca, Finlândia, Letónia, Lituânia e Estónia, conforme a Reuters.
Os países do G7 impuseram um teto de preço para o petróleo bruto e produtos derivados do petróleo russos com o objetivo de reduzir as receitas de Moscovo provenientes dessas exportações, limitando assim a sua capacidade de financiar a invasão da Ucrânia. Os seis países da UE apelam agora para que a Comissão Europeia pressione para uma redução do teto de preço, defendendo que tal medida não causaria um choque no mercado.
Na carta, os seis países afirmam que “as medidas que visam reduzir as receitas provenientes da exportação de petróleo são cruciais, uma vez que diminuem a fonte de rendimento mais importante de Rússia”. O apelo sublinha que “agora é o momento de aumentar ainda mais o impacto das nossas sanções, diminuindo o teto de preço do petróleo do G7”.
O teto de preço do G7 foi estabelecido em 60 dólares por barril para o petróleo bruto russo e em 100 dólares por barril para os produtos petrolíferos premium e 45 dólares por barril para os produtos petrolíferos de menor valor. Esses limites de preço mantêm-se inalterados desde a sua introdução, em dezembro de 2022 para o petróleo bruto e fevereiro de 2023 para os derivados. Desde então, os preços do petróleo russo em 2023 e 2024 ficaram, em média, abaixo deste valor.
Os seis países afirmam que o mercado internacional de petróleo está hoje melhor abastecido do que em 2022, o que reduz o risco de um choque de oferta caso o teto de preço seja reduzido. “A capacidade de armazenamento limitada e a dependência excessiva de exportações energéticas para gerar receita fazem com que a Rússia não tenha alternativa senão continuar a exportar petróleo, mesmo a preços substancialmente mais baixos”, acrescenta a carta.
Recorde-se que, em dezembro de 2022, o G7, juntamente com a União Europeia e a Austrália, acordaram em estabelecer o teto de preço do petróleo russo, com o objetivo de pressionar os compradores da commodity. A medida visava limitar as vendas e receitas do petróleo russo sem causar uma escassez de combustíveis no mercado global nem um aumento acentuado nos preços do petróleo.
A mesmo tempo, alguns países, como a China, continuam a importar petróleo bruto russo sem cumprir o teto de preço estabelecido.
Os ministros das Finanças do G7 reconheceram a violação do teto de preço do petróleo russo e, em outubro, concordaram em intensificar os esforços para evitar que a Rússia consiga contornar as sanções impostas.