Xiaomi Portugal ambiciona meta de dividir faturação entre ‘smartphones’ e outros este ano

O diretor da Xiaomi Portugal classifica 2024 como “ano fantástico” para o negócio no mercado e espera atingir em 2025 a meta de metade da faturação em ‘smartphones’ e a restante em outros dispositivos da marca.

Numa perspetiva geral, “2024 foi um ano fantástico para a Xiaomi a nível internacional e também a nível local”, afirma, em entrevista à Lusa, Tiago Flores, ‘country director’ da marca chinesa em Portugal.

O ano passado “não podia ser melhor para a nossa operação em Portugal”, uma vez que no negócio de ‘smartphones’ “conseguimos consolidar a segunda posição como a marca mais vendida” no mercado português, crescendo “cerca de 16% em unidades”, com uma quota à volta de 30%.

“Mais importante” do que isso foi o facto de a “nossa gama média e ‘premium'” ter crescido “mais de 40% em unidades”, o que significa que “a marca é reconhecida” no mercado em termos de tecnologia, “tudo aquilo que temos trazido para a nossa gama média, que são configurações de topo de gama, estão cada vez mais presentes e não vão ser exceção em 2025”, destaca Tiago Flores.

No ecossistema (outros dispositivos), as receitas pesam os 40% do total da faturação da subsidiária.

“Estamos muito próximos do nosso objetivo” de 50%/50% de faturação “de ‘smartphones’ e de não ‘smartphones'”, assevera.

Questionado se vai atingir a meta este ano, o diretor diz que essa é ambição da Xiaomi Portugal.

A área de ecossistemas tem sido “muito alicerçada” não só “por novas áreas”, mas também pelo alargamento do leque da oferta, destacando as categorias de televisão e ‘wearables’ (relógios e auriculares), “famílias onde duplicámos a nossa gama”.

No negócio da televisão, a Xiaomi Portugal cresceu “50% em relação” em 2024 e quer continuar a expansão, avança.

Em tudo o que são equipamentos inteligentes para o dia-a-dia, como os ‘wearables’, “temos tido um crescimento exponencial, acima dos 50% na nossa faturação e aqui, claramente, com muito maior oferta em termos equipamentos ultra competitivos”, diz.

“Queremos que todos os utilizadores tenham oportunidade de utilizar a tecnologia que lhes faça mais sentido e aí temos duplicado o portefólio e mantido esta competitividade e este princípio de preço justo para os nossos equipamentos”.

Também na área da aspiração robô “temos crescimentos muito significativos acima do mercado e contamos que os próximos anos sejam de consolidação destas famílias”, adianta Tiago Flores.

O gestor admite a possibilidade de no fim deste ano ou início de 2026 trazer categorias para Portugal em que a marca chinesa ainda não trabalhou fora do mercado doméstico (China), mais concretamente “grandes eletrodomésticos” como frigoríficos, máquinas de lavar, ar condicionado.

Sobre veículos elétricos, “não há qualquer perspetiva em termos de horizonte temporal” de quando poderão estar disponíveis em outros mercados que não seja a China.

Para 2025, a empresa tem a ambição de continuar o caminho de crescimento em Portugal, de reforço da “conectividade com o consumidor português” e da marca, e a presença nas lojas “será para manter”.

A marca está a preparar o lançamento este mês da série da gama média da família Redmi Note, a qual, juntamente com a gama Xiaomi, representa “60% das nossas vendas”.

Estes equipamentos de média gama têm inteligência artificial (IA), a qual se materializa na parte da fotografia e da edição, bem como também na legendagem de vídeos, tradução automática em tempo real em diferentes línguas, entre outros.

Do ponto de vista internacional, 2024 “foi o primeiro ano que concretizámos a nova estratégia” de ligar “o ecossistema completo desde equipamentos pessoais como ‘smartphones’, ‘tablets’, e “tudo aquilo que usamos dia a dia, mais a parte ‘home’, que são os nossos produtos de ecossistema, com os carros”.

Destaca três pilares a nível global, sendo que o primeiro são os ‘smartphones’, em que o crescimento por unidades continuou, alavancado com a parceria “com a Leica e com a qualidade ótica e o ‘software'” dos equipamentos.

A empresa tem “três laboratórios com a Leica a nível global no desenvolvimento ótico para ‘smartphones'”, aponta.

No segundo, o ‘home’, o grupo registou “um crescimento de receita muito acima do mercado”, com “números recordes em termos de faturação”.

Mas a “surpresa para todos” está no terceiro pilar, já que a Xiaomi, “depois de ter estabelecido que tinha como ‘target’ [alvo] de produção 100 mil viaturas [elétricas] acaba o ano com 130 mil”, um negócio “muito bem sucedido” e com “uma adoção muito forte na China, o que catalisou muitos dos produtos da Xiaomi”, remata.

A Xiaomi tem 685,8 milhões de utilizadores mensais ativos de ‘smartphones’ (dados de setembro), 861,4 milhões de dispositivos IoT conectados à Internet, excluindo ‘smartphones’, computadores portáteis e ‘tablets’, e 10 milhões de utilizadores com mais de cinco dispositivos da marca.

Prevê investir mais de 14.000 milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento nos próximos cinco anos, tem participação ativa em mais de 360 empresas e mais de 29.000 patentes registadas.