Menos novas empresas e mais insolvências. Este é o retrato do tecido empresarial português em 2024
O tecido empresarial português viveu um ano atribulado, onde se registaram menos constituições de novas empresas e mais insolvências.
De acordo com os dados da Credito y Caución, as insolvências registaram um aumento de 16% em dezembro de 2024, comparando com o mesmo mês do ano anterior. Contudo, no total do ano, o crescimento foi mais modesto, ficando em 0,7%, com 3.732 insolvências, 26 a mais do que em 2023.
A análise detalhada mostra que, enquanto as insolvências apresentadas pelas próprias empresas aumentaram em 19%, com mais 134 casos, as declarações de insolvência feitas por terceiros também subiram 10%, com 68 novas ações. Além disso, o encerramento de processos de insolvência foi de 2.099, uma diminuição de 187 em relação ao ano anterior.
Os distritos do Porto e Lisboa continuam a liderar o número de insolvências, com 909 e 849 registos, respetivamente. O Porto registou um aumento de 5,8%, enquanto Lisboa teve uma ligeira subida de 0,6%. Os distritos com maiores aumentos nas insolvências foram Évora (+58%), Ponta Delgada (+47%) e Guarda (+38%).
Em termos setoriais, os aumentos mais significativos ocorreram nas áreas de Eletricidade, Gás e Água (+57%), Indústria Transformadora (+15%) e Comércio a Retalho (+6,4%). Por outro lado, setores como a Construção e Obras Públicas (-12%) e Indústria Extrativa (-11%) viram uma redução nas insolvências.
No lado das novas constituições de empresas, houve uma diminuição de 1,4% em relação a 2023, com 50.169 novas empresas criadas. A maior queda foi observada em Lisboa (-8,3%), seguido do Porto (-1,2%). No entanto, alguns distritos como Horta (+49%) e Angra do Heroísmo (+22%) apresentaram aumentos nas constituições de empresas.
Os setores que mais contribuíram para a criação de novas empresas foram as Telecomunicações (+55%), Indústria Extrativa (+26%) e Comércio a Retalho (+23%). Por outro lado, o setor de Transportes viu uma queda acentuada de 22% nas novas constituições.