Milei quer air fryers mais baratas. Esta é a visão do Presidente para transformar a economia e combater a inflação
O presidente da Argentina, Javier Milei, iniciou uma série de reformas para transformar a economia do país, procurando reduzir o impacto das tarifas e do protecionismo que historicamente elevaram os preços de uma ampla gama de produtos.
A medida visa controlar a inflação anual de três dígitos e proporcionar um alívio para os consumidores argentinos, que enfrentam preços elevados de itens básicos, de eletrónicos a roupas.
Os efeitos da mudança já são visíveis. Os supermercados estão a começar a oferecer produtos importados, como o sabão em pó Tide e atum enlatado do Equador, enquanto os consumidores locais começam a realizar compras na Amazon, agora com envio gratuito para a Argentina em alguns casos.
Produtos que antes eram inacessíveis devido à alta carga tributária começam a tornar-se mais acessíveis, como a air fryer Black & Decker, que custa 100 dólares (96 euros) nos EUA, mas chega a 289 dólares (278 euros) ao mercado argentino.
Milei, que assumiu o cargo com um discurso libertário, eliminou uma série de impostos e regulamentações que tornaram as importações muito mais caras. O governo aboliu um imposto geral de 7,5% sobre produtos importados e cortou a carga tributária sobre compras internacionais feitas por argentinos. Além disso, o valor anual que os argentinos podem importar para uso pessoal foi triplicado, passando para 3.000 dólares (2.900 euros).
No entanto, nem todos estão satisfeitos com as mudanças. As indústrias locais alertam para o impacto potencial da abertura do mercado. O setor têxtil, que emprega uma parte significativa da força de trabalho argentina, já enfrentava dificuldades devido à crise económica, com uma queda de 12,7% na atividade nos primeiros nove meses de 2024 em comparação com o ano anterior.
A transição para uma economia mais aberta não será fácil. O Mercosul, bloco comercial ao qual a Argentina pertence, ainda impõe tarifas comuns de até 20% sobre produtos externos, limitando a capacidade do governo de Milei de eliminar totalmente as barreiras comerciais.