Capitalização bolsista regista queda de 17,5% em 2024, com impacto de grandes empresas no PSI

O índice PSI fechou 2024 com uma diminuição de 0,3%, marcando uma inversão no ciclo de crescimento das cotações, após três anos consecutivos de aumentos. A capitalização bolsista nacional sofreu uma queda significativa de 17,5%, caindo de 80 mil milhões de euros no final de 2023 para 66 mil milhões em 31 de dezembro de 2024.

Esta redução reflete uma diminuição da posição relativa da bolsa portuguesa no contexto da economia, com a capitalização a representar agora 23,5% do PIB nominal estimado para 2024, contra 30% no final do ano anterior, explicam os especialistas da Maxyield em análise enviada à Executive Digest.

Entre os principais fatores que contribuíram para esta perda de capitalização destacam-se as quedas significativas de grandes empresas como a EDP, a J. Martins, a Mota-Engil e a saída da Greenvolt do mercado bolsista. No caso das empresas do setor energético, como a EDP e a EDP Renováveis, os preços das suas ações caíram substancialmente, refletindo uma perda de valor de mais de 20% desde os máximos registados em 2023.

A evolução do PSI, que representa o desempenho das principais empresas cotadas na bolsa portuguesa, foi fortemente condicionada por estas quedas. Sete das empresas mais representativas do índice entraram em bear market durante o ano, com quebras superiores a 20%, incluindo a própria EDP, a Mota-Engil e a J. Martins. Esta situação, embora tenha aliviado a queda do índice global, fez com que a performance do PSI ficasse aquém do dinamismo observado em mercados internacionais, como os EUA e a Ásia, onde os índices tiveram um desempenho robusto.

A evolução negativa da capitalização bolsista é um reflexo da desvalorização das ações das grandes empresas, que agora representam uma parte menor do total do PSI. O BCP, por exemplo, teve uma performance positiva e viu o seu peso no índice aumentar de 15,2% no final de 2023 para 20,5% no final de 2024, oferecendo algum alívio na queda global do mercado.

Com a capitalização bolsista a encolher, o mercado português enfrenta um ano desafiador, com uma recuperação de força dos principais índices internacionais a apontar para 2025, o que poderá condicionar as expectativas para o futuro imediato da bolsa nacional.