Mais de 70% dos serviços de Finanças mantêm-se fechados no 2.º dia de greve

Mais de 70% dos serviços de Finanças mantêm-se hoje encerrados, no segundo e último dia de greve dos trabalhadores do Fisco, segundo dados avançados pelo sindicato.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) convocou uma greve de dois dias na Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), reivindicando a valorização da carreira, a revisão da tabela salarial e condições de trabalho para combater a fraude e evasão fiscal.

“De norte a sul, e ilhas, são mais de 70% dos serviços locais de finanças aduaneiros que continuam de porta fechada ou funcionar com constrangimentos, numa inequívoca demonstração da insatisfação dos trabalhadores do setor”, informou o sindicato, em comunicado.

O STI lamentou ainda que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “esteja a dar mais relevância a uma mega operação policial, altamente musculada – cujo resultado foi a apreensão de uma navalha e cinco mil euros em dinheiro – do que ao grito de alerta emitido por mais de 2.000 trabalhadores da AT ontem [quinta-feira] nas ruas de Lisboa e em frente ao parlamento, e aos aproximadamente 100.000 milhões de euros por cobrar em economia paralela”.

O sindicato, que representa aproximadamente 7.000 dos cerca de 10.000 trabalhadores da AT, salientou que o setor tem uma média etária de 56 anos, “das mais elevadas na função pública”, sendo expectável que cerca de 3.000 entrem na reforma nos próximos quatro a cinco anos, pelo que o défice de efetivos é “uma preocupação acrescida”.

“Face à inoperância do Governo, o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, por último, vaticina um 2025 atribulado na AT, com os respetivos reflexos que isso poderá ter na execução orçamental”, vincou.

Entre as exigências do sindicato estão um aumento adicional de 10% ao ano, a começar em 2025 e a terminar em 2027, de forma a compensar as perdas de poder de compra e alinhar com a valorização salarial de outras carreiras gerais que viram a sua tabela salarial revista em 2023 e progressões no máximo de seis em seis anos para que seja possível atingir o topo da carreira em 30 anos de trabalho.

O STI exige ainda a resolução imediata do problema dos colegas não licenciados, que seja conferida aos trabalhadores a “autoridade necessária” para desempenhar a sua missão ou ainda um “regime rigoroso” de admissões à AT e acesso exclusivo às funções tributárias e aduaneiras com base nas regras definidas no regime de carreiras em vigor.