Quase quatro em cada 10 imigrantes com formação superior trabalha abaixo das qualificações em Portugal, aponta estudo

Cerca de 27% dos trabalhadores portugueses com ensino superior estão sobrequalificados para as funções que desempenham, sendo que este valor sobe para 39% no caso dos imigrantes, salientou esta quinta-feira o jornal ‘Público’, que citou dados do ‘European Labour Force Survey’ – este diferença está presente em praticamente toda a Europa, sendo que Itália regista um ‘gap’ de 26,1 pontos percentuais, seguido pela Grécia, com 22,7. O Luxemburgo é o único país sem diferenças registadas neste particular.

O estudo apontou ainda que em Portugal os imigrantes têm uma probabilidade maior de ter formação superior quando comparados com os portugueses: no entanto, os números sugerem um sistema baseado na reeducação como forma de ver as qualificações reconhecidas, o que exige capacidade financeira que permita ao imigrante passar algum tempo sem trabalhar nas áreas em que é formado para estudar de novo.

Assim, o diploma ‘made in Portugal’ parece ser determinante na entrada no mercado de trabalho, sobretudo se não se quiser acabar num trabalho abaixo das qualificações ou mesmo no desemprego. Portugal é o país da Europa com maior disparidade no que diz respeito à sobrequalificação de imigrantes com estudos em Portugal ou lá fora: há uma diferença de 36 pontos percentuais entre um imigrante com um diploma de uma universidade portuguesa e outro com um diploma estrangeiro.

De acordo com dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, cerca de 10% dos estudantes do ensino superior em Portugal são estrangeiros, sendo que a maioria é proveniente de países com língua oficial portuguesa.