China alerta para aumento de casos de menores que ameaçam a segurança nacional
O Ministério da Segurança do Estado da China afirmou hoje que um número crescente de menores “cometem atos contra a segurança nacional”, alertando para o alcance das “mãos negras estrangeiras” entre crianças e adolescentes.
O ministério explicou, na conta oficial na rede social Wechat, que as crianças e os adolescentes, devido à “presença nas redes”, à “imaturidade e falta de experiência”, são “alvos fáceis” para as agências de espionagem estrangeiras.
Estas instituições, sobre as quais a pasta não forneceu pormenores, utilizam táticas como jogos, turismo e fotografias para atrair os jovens e convencê-los a participar em atividades que comprometem a segurança nacional, referiu o comunicado.
Os menores “formam frequentemente grupos” para realizar estas atividades, o que “amplifica o impacto e a gravidade” dos incidentes.
“Os menores ainda não têm maturidade, o julgamento e discernimento são relativamente fracos e não têm uma compreensão clara dos atos que põem em perigo a segurança nacional e das responsabilidades legais”, advertiu a agência estatal, que citou estudos que apontam para uma possível maior incidência de dependência da Internet entre aqueles que ainda não atingiram a maioridade como outro fator de risco.
O Ministério apontou ainda a “falta de orientação adequada em casa e nas escolas” que contribui para que os menores “se envolvam em atividades perigosas”.
“Algumas plataformas não dispõem de mecanismos de proteção eficazes para utilizadores menores de idade e existem lacunas no sistema de segurança, permitindo que agências de espionagem e de informação estrangeiras tirem partido desta oportunidade e tentem recrutar menores”, acrescentou.
O Ministério relata regularmente casos de espionagem na conta oficial do Wechat, pedindo aos cidadãos chineses que desconfiem de ofertas de emprego suspeitas ou pedidos de informação, especialmente de fontes estrangeiras, e que evitem partilhar dados sensíveis ‘online’.
No verão de 2023, o Ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “atividades dos serviços secretos estrangeiros”.
Nos últimos anos, as investigações sobre empresas de consultadoria e empresas estrangeiras na China suscitaram preocupações entre o setor e potenciais investidores estrangeiros.