Em queda acelerada: preço do azeite na origem já está abaixo dos 4 euros por litro

O preço do azeite já desceu abaixo dos 4 euros na origem, avançou esta terça-feira a publicação espanhola ‘El Economista’, que citou dados do Poolred, sistema de referência de preços: a média das operações nas diferentes categorias (extra virgem e lampante) é de 3,7 euros por quilo na semana de 11 a 17 de dezembro, registando-se operações de apenas 5.000 toneladas. Uma semana antes, a 5 de dezembro, a notícia era que estava a cair abaixo dos 5 euros, a linha vermelha que o setor produtivo tinha estabelecido como um preço razoável e bom para todos os elos da cadeia de valor, do produtor ao consumidor.

O Observatório de Preços Infaoliva, tomando como referência as operações reportadas pelos agentes comerciais registados, indica preços ainda mais baixos a partir de ontem, entre 3,2 e 3,5 euros por litro.

A queda é mais acentuada se tivermos em conta que no início do ano os preços na origem estavam entre 8,7 para o virgem extra e 8,2 para o lampante. Em abril, com perspetivas de colheita média ou média-alta depois das chuvas primaveris, e depois de um trimestre de descida suave, os preços situaram-se entre os 6,4 e 7 euros por litro. Em outubro, com o mercado em stress pela escassez do produto, houve recuperação para 6,8-7,2 euros. Desde então, uma queda livre acentuada, já que quantidades significativas de azeite novo da colheita em curso entraram no mercado no final de novembro.

As Cooperativas Agroalimentares de Espanha emitiram um comunicado onde salientaram que “há um grande número de agricultores que tomam a decisão individual de vender o seu azeite”. “É vender o mais rápido possível para tentar aproveitar os preços antes que caiam, o que faz com que os compradores diante dessa oferta massiva atrasem as suas compras e baixem o preço”, apontaram.

As cooperativas salientaram que à decisão de venda de muitos agricultores a título individual soma-se “a disponibilidade de 200 mil toneladas de azeite em Portugal, a grande maioria produzida em cultivo super-intensivo, às quais se somam as 520 mil toneladas que se produzem em Espanha fora das cooperativas juntamente com as 100 mil toneladas que se importam de outras origens”.