Mango enfrenta uma nova era sem o seu fundador. O que acontece agora após a morte de Isak Andic?

A morte inesperada de Isak Andic, fundador e maior acionista da Mango, deixa um vazio significativo na empresa têxtil catalã. Aos 70 anos, Andic detinha 95% da empresa através da holding Punta Na Holding e controlava também a Punta Na, dedicada ao setor imobiliário. Além de perder o seu presidente não executivo, a Mango enfrenta agora um processo de sucessão que o próprio fundador já havia começado a planear.

O empresário de origem turca, que criou um conselho de administração há dois anos para iniciar a transição familiar, sempre deixou clara a sua visão: a propriedade da empresa permaneceria na família, mas a gestão seria entregue a profissionais. Esse princípio foi reforçado com a nomeação de Toni Ruiz como CEO em 2020, acompanhado de uma cedência de 5% do capital da empresa como reconhecimento pela sua liderança e contributo estratégico, conta o ‘El País’.

O controlo acionista da Mango será agora dividido entre os três filhos de Andic: Jonathan, Judith e Sarah. Jonathan, o primogénito, é o único que ainda exerce funções na empresa, ocupando o cargo de conselheiro executivo e diretor da linha masculina. Judith e Sarah, por outro lado, afastaram-se das atividades da Mango nos últimos anos.

Sob a liderança de Toni Ruiz, a Mango tem consolidado um modelo de gestão que reflete a visão de profissionalização defendida por Andic.

Em 2020, Andic ampliou o conselho de administração de quatro para nove membros, integrando figuras independentes como Marc Puig, presidente da Puig, e Jorge Lucaya, sócio fundador da AZ Capital. Este reforço organizacional, aliado a um comité de gestão com uma dezena de executivos, foi parte do plano para assegurar a estabilidade da empresa no futuro.
Agora, a Mango enfrenta o desafio de nomear um novo presidente não executivo, que deverá seguir a orientação de Andic de separar as funções executivas e estratégicas. A empresa realizou um comité de crise após o falecimento do fundador, com o objetivo de garantir uma transição tranquila.