PJ nega versão da PSP: autor do relatório não foi o polícia responsável pelo disparo fatal contra Odair Moniz
A Polícia Judiciária contrariou a informação da PSP de que o autor do auto da notícia não terá sido o agente da PSP que baleou mortalmente Odair Moniz, avançou a ‘CNN Portugal’, indicando que quando foi elaborado o documento, horas depois nas instalações da PSP, o polícia não estava na divisão da Amadora, onde prestava serviço, mas a ser interrogado na sede da PJ em Lisboa. De acordo com o canal televisivo, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) quer ouvir o agente em causa.
Os acontecimentos da noite de 21 de outubro último têm diferentes versões: a primeira, avançada pela PSP, dava conta de que os polícias foram ameaçados pelo cidadão cabo-verdiano, de 43 anos, que estaria a empunhar uma faca. No entanto, ouvido pela PJ, o agente reconheceu que, afinal, não tinha sido ameaçado por uma faca, sendo que as contradições em torno da arma branca são um dos elementos chave da investigação – esta quarta-feira, o advogado do agente garantiu ter havido uma arma branca.
Perante a contradição, a PSP confirmou que a versão tornada pública tinha por base o auto de notícia alegadamente feito pelos agentes envolvidos no caso: de acordo com a PJ, o documento, assinado pelos dois polícias, não pode ter sido feito pelo agentes que baleou Odair Moniz. Até porque o auto de notícia chegou à PJ ainda sem a assinatura desse polícia.
O DIAP de Lisboa está a investigar o papel da hierarquia da PSP numa eventual falsificação do documento, sendo que a PJ frisou que espera ter a investigação concluída até ao final do ano: também a IGAI informou o advogado do agente que esteve apresentar-se para interrogatório, que deverá acontecer na próxima semana.