Ucrânia quer convite para adesão à NATO na próxima semana, indica ministro ucraniano

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, instou esta sexta-feira os seus homólogos da NATO a emitirem um convite numa reunião em Bruxelas na próxima semana para Kiev se juntar à aliança militar ocidental, segundo indicou a ‘Reuters.

Na carta revelada pela agência noticiosa está refletido o esforço renovado da Ucrânia para garantir um acordo para aderir à NATO, um dos elementos do “plano de vitória” delineado pelo presidente Volodymyr Zelensky para acabar com a guerra desencadeada pela invasão russa.

Kiev salienta poder aceitar que não pode aderir à aliança militar até ao fim da guerra, mas estender um convite agora mostraria ao presidente russo, Vladimir Putin, que não conseguirá alcançar um dos seus principais objetivos – impedir que Kiev se torne membro da NATO. “O convite não deve ser visto como uma escalada”, escreveu Sybiha na carta. “Pelo contrário, com uma compreensão clara de que a adesão da Ucrânia à NATO é inevitável, a Rússia perderá um dos seus principais argumentos para continuar esta guerra injustificada.”

“Exorto-vos a apoiar a decisão de convidar a Ucrânia a aderir à Aliança como um dos resultados da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO de 3 a 4 de dezembro de 2024”, referiu.

De acordo com os diplomatas da NATO, não há consenso entre os membros da aliança para convidar a Ucrânia nesta fase. Qualquer decisão deste tipo exigiria o consentimento de todos os 32 países membros da NATO. Recorde-se que a aliança atlântica declarou que Kiev está num caminho “irreversível” para a adesão, embora não tenha emitido um convite formal ou estabeleceu um calendário.

Segundo Olga Stefanishyna, vice-primeira-ministra da Ucrânia responsável pelos assuntos da NATO, Kiev entende que o consenso para um convite para aderir à NATO “ainda não existe”, mas que a carta pretendia enviar um forte sinal político. “Enviámos uma mensagem aos aliados de que o convite não está fora de questão, independentemente das diferentes manipulações e especulações em torno do mesmo.”

Na sua carta, Sybiha argumentou que um convite seria a resposta certa “à constante escalada da guerra que a Rússia desencadeou, cuja última demonstração é o envolvimento de dezenas de milhares de soldados norte-coreanos e a utilização da Ucrânia como campo de testes para novas armas”.

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