Unilever: Compromisso com o futuro
A sustentabilidade é uma componente fundamental e que pode preparar a empresa para o futuro e criar novas oportunidades. Salvaguarda as operações, reduz os riscos na cadeia de abastecimento, ajuda a atrair e reter talento e molda a capacidade de resposta aos desafios globais que enfrentamos, como as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a pobreza e a desigualdade.
Há cerca de duas décadas que a Unilever trabalha num plano de sustentabilidade ambicioso e é pioneira nesta área. Desde 2015 reduziu as emissões da sua operação em 74%, com a ambição de atingir a neutralidade carbónica em 2030 e em toda a sua cadeia de valor até 2039. Lançou em 2020 o fundo “Climate & Nature” com o compromisso de investir mil milhões de euros até 2030 em projectos com impacto no clima, na natureza e na eficiência de recursos, com o objectivo de transformar a forma como os produtos são produzidos e chegam ao fim de sua vida útil.
Deste modo, o Plano de Acção Climática reflecte o foco da empresa em continuar a ser pioneira nesta matéria. No entanto, face aos crescentes desafios económicos, ambientais e sociais, teve de evoluir a sua abordagem. «Estamos a entrar numa era de liderança em negócios sustentáveis caracterizada pelo surgimento de padrões específicos de sustentabilidade, relatórios não financeiros e a aceleração dos eventos climáticos. Alertar para os impactos da crise climática e estabelecer objectivos de longo prazo já não são suficientes pois o foco está em entregar impacto no curto-médio prazo, e tornar o progresso na área da sustentabilidade parte integrante do desempenho do negócio», explica fonte oficial da empresa em entrevista à Executive Digest.
«Estamos determinados em implementar menos iniciativas, mas melhores e com mais impacto, em quatro áreas prioritárias: clima, natureza, plásticos e condições de vida. Para cada uma destas áreas, definiu-se a ambição a longo prazo, apoiada por diversos objectivos a curto e médio prazo. Ao concentrarmos os esforços e recursos desta forma, conseguimos progredir com maior rapidez e eficácia», acrescenta o responsável.
Além de tomar medidas urgentes e específicas no âmbito do negócio, a Unilever também faz uso da sua “voz”, estando envolvida em diversos fóruns onde é frequente desempenhar um papel de liderança. Há muito que defende a mudança externa para ajudar a resolver os obstáculos sistémicos que impedem um progresso mais rápido na sociedade em matéria de sustentabilidade. A acção voluntária das empresas, por si só, não é suficiente e devem existir regras mais fortes e regulamentos harmonizados. A título de exemplo, a Unilever ajudou a criar a Coligação Empresarial para um Tratado Global sobre o Plástico, a fim de transmitir confiança aos negociadores dos Estados-membros de que as empresas e as instituições financeiras reconhecem a importância da regulamentação para acabar com a poluição causada pelos plásticos.
PRINCÍPIOS DE ACÇÃO
Os princípios para os próximos anos incluem várias acções e targets. Ao nível do clima, a ambição é alcançar a neutralidade carbónica em toda a cadeia de valor até 2039, e o foco está em reduzir as nossas emissões (scope 1 e 2) até 2030. Em relação à operação, desde 2015 que a Unilever reduziu as emissões da operação em 74% e vão atingir o target dois anos antes, principalmente através da transição para energia renovável e programas de maior eficiência energética.
Sobre a cadeia de valor, cerca de 98% das emissões ocorrem fora das próprias operações, pelo que para atingir o target é fundamental trabalhar em conjunto com fornecedores e clientes. Já o programa climático com fornecedores pretende sensibilizar e ajudar os fornecedores a reduzir a sua pegada ambiental e nível de emissões de carbono, através de acesso a ferramentas e apoio especializado por forma a melhor medirem o seu impacto. «Até final de 2024, prevemos que a Unilever esteja a trabalhar em parceria com cerca de 300 fornecedores de matérias-primas, ingredientes e embalagens. À medida que os fornecedores progridem no Programa e trabalham para reduzir a pegada dos materiais que compramos, a Unilever também trabalha na reformulação de produtos e na inovação em materiais de embalagem », explica fonte da empresa em entrevista à Executive Digest.
Para a Natureza, o foco está em duas áreas principais, onde se pode ter maior impacto e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No primeiro, é fundamental as cadeias de abastecimento livres de desflorestação, para defender o clima e a biodiversidade, o que implica a reformulação da cadeia de abastecimento agrícola global. Também a aposta na Agricultura Regenerativa permite aumentar a resiliência das culturas face ao impacto das alterações climáticas e também reduzir as emissões de carbono. Em 2021, a Unilever implementou os Princípios da Agricultura Regenerativa que fornecem orientação sobre como nutrir o solo, capturar carbono e restaurar e regenerar a terra. O Objectivo é o de implementar práticas de agricultura regenerativa em um milhão de hectares de terras agrícolas até 2030.
A Unilever há vários anos que defende a existência de uma economia circular para embalagens plásticas. «Isso significa que precisamos de sistemas melhores para recolha, processamento e contínua reutilização. Precisamos mudar a forma como as embalagens de plástico são fornecidas, utlizadas e descartadas. Mas a transformação leva tempo. Considerando a dimensão do desafio, a Unilever está a pôr à prova as suas capacidades de inovação para encontrar novas soluções escaláveis», conclui fonte oficial da empresa em entrevista à Executive Digest.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da pegada ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 223) da Executive Digest.