O Impacto Internacional do Exercício REPMUS

Por Comandante Paulo Simões, Chefe da Inovação e Transformação do Estado-Maior da Armada

O exercício REPMUS (Robotic Experimentation and Prototyping with Maritime Unmanned Systems), realizado anualmente em Portugal, está a tornar-se um dos eventos de maior relevância no âmbito da Defesa a nível global. Coorganizado pela Marinha Portuguesa, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, pela OTAN e pela União Europeia (UE), este evento tem um impacto notável na projeção internacional de Portugal, posicionando o país como um líder na inovação tecnológica militar e na colaboração internacional. Para um país com uma vasta zona marítima a proteger, esta liderança é tanto uma necessidade estratégica como uma oportunidade de afirmação global.

O REPMUS não só promove a experimentação com sistemas não tripulados, vulgo drones, mas também estimula a integração rápida destas tecnologias nas operações de primeira linha. Esta colaboração é essencial para garantir que as nações aliadas da OTAN e da UE desenvolvam capacidades capazes de enfrentar as ameaças contemporâneas, como ataques híbridos e sabotagem de infraestruturas submarinas, uma questão crítica mencionada em vários dos artigos internacionais sobre o exercício.

O papel de Portugal como anfitrião deste exercício posiciona o país no centro de discussões cruciais sobre a segurança marítima global. O REPMUS 2024, por exemplo, reuniu forças de 23 países e testou tecnologias avançadas, como drones submarinos e outros veículos não tripulados, que podem ser usados tanto em operações de defesa como de vigilância e para ações cinéticas. Este tipo de desenvolvimento tem implicações significativas para a proteção das vastas fronteiras marítimas da Europa, desde a prevenção de tráfico de droga até à defesa de infraestruturas críticas, como os cabos submarinos.

Além disso, a projeção de Portugal no exterior, como evidenciado nos artigos de imprensa estrangeira, tem sido extremamente positiva. Os meios de comunicação internacionais elogiam a inovação e o espírito colaborativo que o exercício promove. O jornal italiano Corriere della Sera destacou o papel central de Portugal como líder no desenvolvimento de sistemas robóticos para a Defesa naval, enquanto sublinhou a capacidade de adaptação e inovação da Marinha Portuguesa. Este reconhecimento demonstra a relevância crescente do país no contexto geopolítico global.

O REPMUS vai muito além de um simples exercício militar. É um laboratório onde a inovação tecnológica e a segurança marítima se encontram, gerando benefícios tangíveis tanto para Portugal como para as organizações onde Portugal se insere. A capacidade de inovar no setor de Defesa, num momento em que as ameaças globais estão em ascensão, confere a Portugal um papel estratégico de liderança. Essa projeção, somada ao impacto direto nas operações da OTAN e da UE, coloca o país como um player essencial na defesa dos interesses europeus e transatlânticos.

Deste modo, o REPMUS não só fortalece a posição de Portugal como um pilar na segurança global, mas também reflete o compromisso do país com a inovação tecnológica e a colaboração internacional, assegurando um futuro em que a segurança marítima e a defesa tecnológica estarão na linha da frente. Publicar e reforçar esse impacto positivo é crucial para que os portugueses compreendam a importância de um exercício que não só protege a nossa costa, mas também nos projeta para o futuro da segurança internacional.

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