Merlin recusa criar SIGI em Portugal até incluir o ‘passaporte comunitário’

A empresa imobiliária espanhola, Merlin Properties, mantém o foco no mercado português, contudo para já recusa-se a estabelecer uma SOCIMI (termo espanhol para ‘Sociedade Anónima Cotizada de Inversión en el Mercado Inmobiliario’), recentemente aprovada no nosso país e cuja denominação portuguesa é SIGI (Sociedade de Investigação e Gestão Imobiliária), de acordo com o ‘Cinco Dias’.

A afirmação foi feita pelo CEO da Merlin, Isamel Clemente, isto porque a nova lei portuguesa ainda não inclui o chamado ‘passaporte comunitário’, facto que o CEO lamenta: «Temos que esperar porque a implementação da SIGI em Portugal, tal como a da SOCIMI, em Espanha em 2009, foi imperfeita, sendo necessário aguardar. A legislação actual não inclui um passaporte comunitário», refere citado pelo ‘Cinco Dias’.

Isamel Clemente explicou que, ao contrário do que acontece em Espanha, onde, por exemplo, uma SOCIMI europeia pode agrupar todos os seus activos numa empresa espanhola, que automaticamente se torna SOCIMI devido ao passaporte comunitário, o mesmo não se passa ainda no mercado português.

«Como ele ainda não existe, seríamos obrigados a cumprir o regime português, o que significava agrupar todos os activos de uma empresa portuguesa, listá-los no mercado português e obter 20% de free float » , afirmou Clemente. «Vamos aguardar até que o passaporte comunitário seja incluído e, nessa altura, toda a nossa actividade no país será integrada na SIGI»., explicou o CEO citado pelo Cinco Dias.

A Merlin começou a negociar na Bolsa de Valores de Lisboa, no mês passado. Actualmente, cerca de 10% dos lucros da SOCIMI vêm do mercado português, onde a empresa é detentora de centros comerciais, escritórios e desenvolve uma plataforma logística de 225.000 m2, com um investimento de 147 milhões de euros.