Procurador-geral da Ucrânia demite-se após reunião do Conselho de Defesa e Segurança Nacional
Andriy Kostin, o procurador-geral da Ucrânia, apresentou a sua demissão esta terça-feira, numa decisão que ocorreu logo após uma importante reunião do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia. O anúncio da demissão de Kostin foi feito no âmbito de discussões intensas sobre o combate à corrupção no país, um tema que tem sido central durante o período da guerra com a Rússia.
Kostin reconheceu que se registaram “muitos acontecimentos vergonhosos” dentro do próprio Ministério Público e por isso concordou com Zelensky que é necessário não só anular os casos em que foram cometidas fraudes, mas também responsabilizar os autores.
“Agradeço ao Presidente da Ucrânia a sua confiança, mas nesta situação acredito que é correto anunciar a minha destituição do cargo de Procurador-Geral”, anunciou Kostin num comunicado divulgado pelo seu gabinete.
O escândalo de corrupção das comissões regionais de especialistas, responsáveis por avaliar as dispensas médicas e, por conseguinte, isenções do serviço militar, em plena invasão russa da Ucrânia, motivou Volodymyr Zelensky a convocar para hoje o Conselho de Segurança Nacional para analisar a questão.
Nesta reunião, Zelensky instou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, a tomar medidas contra os órgãos executivos centrais, bem como contra os ministérios envolvidos, ao mesmo tempo que sugeriu que Kostin assumisse as consequências da sua responsabilidade relativamente ao Ministério Público.
No início de outubro, o Gabinete de Investigação Estatal da Ucrânia revelou um esquema de corrupção no qual algumas autoridades locais de Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia, terão fornecido documentos médicos falsificados para evitar o serviço militar.
Durante as buscas, foram ainda encontrados valores correspondentes a cerca de 5,4 milhões de euros em várias moedas.