Coronavírus: DGS desvaloriza rastreio nos aeroportos. “Rastrear 100 mil passageiros para detetar 4 casos?”
A DGS não vê qualquer necessidade de serem realizados rastreios nos aeroportos, mantendo-se firma nessa matéria. A decisão saiu da reunião entre a Direcção Geral de Saúde (DGS) e a Autoridade Nacional de Aviação Civil, a propósito do surto de coronavírus.
Graça Freitas, directora-geral da Saúde, voltou a referir numa conferência de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, que os rastreios são «pouco eficazes», dizendo também que a divulgação de informação é o método mais adequado para despistar eventuais casos de infecção.
«Rastrear 100 mil passageiros para detectar quatro possíveis casos?», questionou Graça Freitas, defendendo o seu ponto de vista. «Até haver indicações em contrário por parte da Organização Mundial de Saúde, é esta a nossa posição», disse citada pelo Expresso, mostrando-se firme na sua tomada de posição.
A intervenção da directora-geral da Saúde seguiu-se à de Fernando Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, tendo sido questionada de imediato sobre os cidadãos portugueses que foram repatriados de Wuhan para o Hospital Pulido valente e para o conhecido Júlio de Matos. Graça Freitas afirmou que se encontram todos «bem de saúde», acrescentando que «nenhum deles desenvolveu sintomas», não sabendo ainda quando serão repetidas as análises.
Os portugueses encontram-se em isolamento voluntário, esperando-se que o mesmo aconteça com todos os casos suspeitos de infecção por coronavírus, não havendo possibilidade de existirem medidas de carácter obrigatório, segundo Graça Freitas.
«De um modo geral, as pessoas são responsáveis, e sabem que devem proteger-se e também aos outros», referiu a directora-geral da Saúde.
Graça Freitas admitiu ainda que, apesar de não haver “casos confirmados”, a Direção-Geral de Saúde está a “preparar para uma fase seguinte” se houver uma escalada de casos.
“Estamos a preparar para uma fase seguinte, se houver. Se não houver, a preparação nunca é inútil”, justifica Graça Freitas.