Governo dá luz verde à Brisa para retirar portageiros das autoestradas
A Brisa já pode retirar os portageiros nas autoestradas e substitui-los por máquinas que permitam o pagamento em dinheiro: o gabinete do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, em resposta ao PCP, indicou, avança o ‘Diário de Notícias’, que a empresa não incumpre o contrato de concessão com esta solução.
Em causa está o plano ‘Vision 28’ da Brisa que, segundo os comunistas, “ameaça os trabalhadores da Brisa”. Na resposta, publicada no site do Parlamento, o ministério explicou que o contrato de concessão obriga a Brisa a manter linhas de pagamento manuais, mas que isso nunca implicou a presença de portageiro, pelo que o plano ‘Vision 28’ “parece corresponder à política de modernização que até à data não provocou diminuição da qualidade do serviço”, uma vez que as máquinas E-Toll permitem o pagamento em cartão e dinheiro, têm câmaras de vigilância e a possibilidade de assistência através de um sistema de voz.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), Filipa Costa, acusou a Brisa de pretender deixar de ter portageiros até 2028. A empresa garantiu que o plano ‘Vision 28’ “prevê a manutenção da cobrança manual de portagens e não integra nenhum programa de despedimentos” de trabalhadores.
“Há cerca de 10 anos, havia mais de 600 portageiros, neste momento são pouco mais de 200”, frisou Filipa Costa, salientando que a redução está a ser feita há anos e sem despedimentos coletivos. “A Brisa reúne-se com cada trabalhador” para propor, como alternativa “o melhoramento do currículo para ingresso numa empresa de trabalho temporário” ou a passagem a teletrabalho noutras funções dentro da Brisa. “O serviço nunca será o mesmo. Uma máquina não consegue responder a situações inesperadas como apoiar um deficiente motor, por exemplo.”
O diretor de Recursos Humanos da Brisa, Henrique Pulido, assumiu que a cobrança de portagens “é uma função cada vez mais suportada em soluções eletrónicas e digitais da Via Verde”, que têm a preferência dos clientes, salientando que a empresa “tem vindo a criar diferentes opções para assegurar a reconversão profissional dos trabalhadores para novas funções, nomeadamente funções mais qualificadas”.