Portugal mantém a 25.ª posição do ranking mundial de talento, mas tem desafios de atratividade, revela análise do IMD e Porto Business School
Portugal reforçou a 25ª posição no IMD World Talent Ranking 2024, mantendo o mesmo lugar do ano passado. O relatório, divulgado hoje pelo IMD World Competitiveness Center, conta com a colaboração da Porto Business School como parceira exclusiva na elaboração do ranking para Portugal pelo nono ano consecutivo.
Embora tenha havido uma melhoria significativa no fator “Preparação”, o país registou uma queda nos índices de “Investimento & Desenvolvimento” e “Atratividade”.
Portugal registou um avanço de seis lugares na categoria “Preparação”, ocupando agora o 21.º lugar a nível global. A melhoria na “educação na área de gestão”, que subiu do 20.º para o 11.º lugar, e nas “competências linguísticas”, que garantiram o 9.º lugar global, foram pontos de destaque. No entanto, áreas como a “experiência internacional” e a “competência dos gestores seniores disponíveis” continuam a ser identificadas como desafios.
No que toca ao “Investimento & Desenvolvimento”, o país sofreu uma queda, passando da 22.ª posição em 2022 para a 29.ª em 2024, em parte devido ao aumento do rácio alunos/professor na educação primária e secundária. A “participação feminina na força de trabalho” manteve-se estável, ocupando o 5.º lugar mundial, mas a “formação dos colaboradores” continua a ser uma fraqueza significativa, com Portugal a ocupar o 61.º lugar.
O maior desafio para Portugal tem sido na categoria “Atratividade”, com uma queda contínua que coloca o país na 45.ª posição, após ter sido 30.º em 2021. A “fuga de talentos” e a “administração da Justiça” foram fatores determinantes para esta descida. No entanto, a “motivação laboral” registou uma subida de 16 posições, refletindo algum otimismo no panorama laboral do país.
Para José Esteves, dean da Porto Business School, que, pelo nono ano consecutivo, é parceira exclusiva do IMD para Portugal na elaboração do ranking, “a manutenção de Portugal na 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD reflete a nossa capacidade de melhorar em áreas como a educação em gestão e as competências linguísticas. No entanto, os desafios em investimento, desenvolvimento e atratividade exigem uma resposta rápida. É, por isso, urgente que as empresas portuguesas invistam mais na formação contínua dos seus colaboradores, especialmente no contexto das transformações trazidas pela Inteligência Artificial.”
O ranking, que avalia 67 países, continua a ser liderado pela Suíça, Singapura e Luxemburgo, que se destacam como as economias mais competitivas em termos de talento.
Este ranking combina 31 critérios que avaliam o desenvolvimento, retenção e atração de talento qualificado, tanto a nível doméstico como internacional, oferecendo uma visão abrangente da competitividade global em talento.