“Falta de clareza da obrigatoriedade adia estas formações”: Empresa que ensina profissionais em caso de quedas de helicópteros defende revisão da prevenção em Portugal

A CEDROS – Centro de Estudos e Desenvolvimento de Recursos, Organizações e Sistemas – é a única empresa em Portugal a dar formação a profissionais em caso da queda de um helicóptero.

A empresa de consultoria e formação multidisciplinar conta com instalações especiais para a prática simulada em ambiente real, nomeadamente na área Offshore, onde é possível implementar formações de HUET – ‘Helicopter Underwater Escape Training’, ‘Técnicas de Resgate Helitransportado’, ‘Viajar em embarcações em segurança/embarque seguro’, ‘Transferência entre embarcações’, ‘Sobrevivência no Mar’, entre outras com elevado risco, sendo, no caso do HUET, a única empresa certificada em Portugal a disponibilizar este tipo de formação.

Sobre as quedas dos dois helicópteros recentemente – no Rio Douro e em Mondim de Basto -, Luís Coelho, diretor-geral da CEDROS, assinalou que “até hoje não sabemos, com rigor, as condições que levaram ao acidente no rio Douro, e com cinco vítimas a lamentar do nosso corpo militar, deixando desde já um profundo lamento às suas famílias e colegas”.

“Contudo, é de informação pública que não havia registo de treino desta tripulação neste cenário, fruto de alguma falta de clarificação da obrigatoriedade destas formações que, não podem estar ao acaso da sorte ou do senso comum: este é um ambiente muito adverso que requer treino em ambiente real, tudo para evitar lamentar vítimas que, infelizmente, não foi o caso”, sustentou.

A CEDROS, situada em Palmela, possui várias certificações nacionais e internacionais, nomeadamente a GWO (Global Wind Organisation) e a OPITO, que regulam grande parte da formação destinada aos mercados offshore e que envolvem deslocações em aeronaves.

O Safety Technical Training Center da CEDROS é um centro destinado à formação prática e técnica na área da Segurança em diversos setores com instalações especiais que permitem, num ambiente simulado, desenvolver ações em que se recria cenários de acidente e de fuga, destacando-se treino de fuga subaquática em helicóptero.

Pode consultar o simulador aqui.

Esta última consiste em treinar as tripulações que pretendem viajar de e para instalações/locais por helicóptero, fornecendo formação específica em requisitos pré-voo e em voo, e dotar os formandos/tripulação dos conhecimentos básicos de resposta a emergências e das competências necessárias – em caso de emergência de um helicóptero – com um enfoque específico na fuga de um helicóptero após uma amaragem.

Estas formações garantem que as tripulações estão aptas a utilizarem o equipamento de segurança e a seguir os procedimentos de preparação e de atuação em caso de emergência com helicópteros – com especial ênfase na fuga de um helicóptero após uma amaragem – fundamental para assegurar a sobrevivência dos passageiros e tripulantes.

“A CEDROS tem desenvolvido trabalhos de consultoria técnica e ministrado ações de formação com muitas empresas privadas e algumas instituições públicas, entre elas a Força Aérea Portuguesa”, indicou Luís Coelho.

“Contudo, alguma falta de clareza do quadro da sua obrigatoriedade acaba por ‘adiar’ a frequência deste género de ações de formação por parte de algumas entidades, que seriam decisivas, em caso de acidentes, dadas as competências e treino que adquiria em sobrevivência. Por isso, urge uma revisão nos planos de formação e prevenção em Portugal para não ficar apenas ao acaso dos acontecimentos, maioritariamente hostis do ponto de vista do acidente-salvamento”, apontou.