Ucrânia manteve o Ocidente ‘no escuro’ sobre a sua invasão da Rússia até depois do ataque, indicam analistas

Há mais de uma semana que as forças ucranianas lançaram um ataque surpresa na região fronteiriça da Rússia: o ataque foi marcado por uma “espessa névoa de guerra”, segundo indicou a publicação ‘Bloomberg’, que também afetou os aliados ocidentais da Ucrânia.

De acordo com informações dadas por oficiais russos, blogueiros militares russos, bem como relatos nas redes sociais e declarações oficiais ucranianas, que puderam ser verificadas, pode constatar-se que esta operação de Kiev foi meticulosamente planeada com grande secretismo e precisão.

A Ucrânia avaliou diversas ideias, incluindo um ataque a Kursk, referiu à ‘Bloomberg’ uma autoridade ocidental não identificada e familiarizada com os planos de Kiev: o sigilo relatado condiz com a forma como os aliados da Ucrânia reagiram em público.

A resposta inicial da porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, foi dizer que os EUA pediriam à Ucrânia para saber mais, dando a impressão de que tinham pouco conhecimento prévio. Os aliados da Ucrânia na NATO abstiveram-se de julgar o ataque, exceto a declaração da UE, na semana passada, que indicou que Kiev tinha o “direito legítimo” de operar em solo russo.

A Ucrânia tem um grande interesse em retratar as suas ações em Kursk — e a tomada de decisões em outros lugares do campo de batalha — como sendo independentes dos seus apoiantes ocidentais.

Opinião diferente tem Vladimir Putin, que alegou na passada segunda-feira que o ataque foi, no fundo, ocidental. “O inimigo, com a ajuda dos seus mestres ocidentais, está a fazer o que eles querem. O Ocidente está a travar uma guerra contra nós usando ucranianos”, destacou, citado pela agência estatal russa ‘TASS’.

Na passada segunda-feira, o governador em funções de Kursk, Alexei Smirnov, assegurou que cerca de 121.000 pessoas foram retiradas das zonas fronteiriças com a Ucrânia e outras 60.000 transferidas para locais mais seguros.

Smirnov também afirmou que as forças ucranianas controlavam 28 localidades em território de Kursk, onde vivem cerca de 2.000 pessoas, mas não forneceu informações sobre a sua situação atual.

O comando militar ucraniano assegurou esta quarta-feira que mantém sob controlo até 76 localidades russas e anunciou planos para a formação de “corredores humanitários” em Kursk para a retirada dos civis.

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