Israel anuncia planos para novos colonatos na Cisjordânia ocupada
Israel publicou esta quinta-feira planos para um dos seus novos colonatos propostos na Cisjordânia ocupada, destacou o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, um dia antes das previstas novas negociações de paz em Gaza, consideradas vitais para prevenir uma guerra em grande escala na região.
De acordo com o ministro de extrema-direita, a medida foi uma resposta às ações da liderança palestiniana na Cisjordânia e dos países que reconheceram um Estado palestiniano. “Nenhuma decisão anti-Israel ou antisionista impedirá o desenvolvimento do colonato. Continuaremos a lutar contra a perigosa ideia de um Estado palestiniano. Esta é a missão da minha vida”, disse Smotrich.
A maioria dos Estados-membros das Nações Unidas considera os colonatos construídos na Cisjordânia e noutros territórios capturados por Israel na guerra de 1967 no Médio Oriente como ilegais ao abrigo do Direito Internacional – Telavive contesta, citando os laços históricos e bíblicos do povo judeu com a terra.
Israel anunciou, em junho último, que iria legalizar cinco postos avançados na Cisjordânia, estabelecer três novos colonatos e confiscar enormes extensões de terra onde os palestinianos procuram criar um Estado independente, inflamando ainda mais a ira palestiniana.
A Autoridade Palestiniana, que exerce uma autoridade limitada sobre a Cisjordânia sob ocupação militar israelita, reiterou que a construção de colonatos e a demolição de casas palestinianas constituíam uma limpeza étnica, uma alegação que Israel negou.
O novo colonato de 60 hectares chamado Nachal Heletz fará parte do conjunto de colonatos Gush Etzion e ligará a região à vizinha Jerusalém, salientou Smotrich, ele próprio um colono. De acordo com a ‘Peace Now’, uma ONG israelita, “Smotrich continua a promover a anexação de facto, desprezando a Convenção da UNESCO da qual Israel é signatário, e todos nós pagaremos o preço”.