Huawei desmente jornal alemão sobre alegada cooperação chinesa em actos de espionagem
A Huawei, principal fabricante de equipamentos de telecomunicações, desmentiu nesta quarta-feira uma reportagem feita pelo jornal Handelsblatt, dizendo que o governo alemão tinha provas de que a China utilizava os seus grupos de telecomunicações para actos de espionagem, de acordo com a Reuters.
A reportagem do Handelsblatt citou um documento confidencial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde consta que as empresas chinesas são parceiras inseguras para a construção de redes móveis 5G de última geração.
A empresa chinesa respondeu ao jornal de negócios alemão dizendo que «a Huawei Technologies nunca fez, nem fará nada para comprometer a segurança das redes e dos dados dos seus clientes». Acrescentou ainda que «o artigo de Handelsblatt repete alegações antigas e infundadas, sem fornecer nenhuma evidência concreta».
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão afirmou não ter comentado os documentos internos por uma questão de ética. O governo da chanceler Angela Merkel está na dúvida se os equipamentos da Huawei representam uma ameaça à segurança da maior economia da Europa, onde os três operadores de rede móvel são todos clientes da empresa chinesa .
De relembrar que os Estados Unidos lideram há um ano um boicote à tecnológica chinesa e têm feito pressão nos países aliados, sobretudo na União Europeia, por suspeitas de utilização por parte do Governo chinês dos seus grupos de telecomunicações para actos de espionagem. A Huawei está na lista negra do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, sendo que Austrália e a Nova Zelândia bloquearam a utilização de tecnologia fornecida pela chinesa.
A gigante chinesa tem negado reiteradamente que o Governo chinês alguma vez lhe tenha pedido para introduzir «portas traseiras”» secretas na sua tecnologia, oferecendo-se até para assinar um «acordo de não espionagem» com os países que a adoptem.