Ideias que mudam o mundo – Google

Por: Fast Company

Porque é que a Google é a Empresa do Ano em Mudança Mundial da Fast Company?
À medida que a utilização da inteligência artificial cresce, existe o risco de aumentar as emissões, uma vez que aumenta a procura de energia nos centros de dados. Mas a IA também tem o potencial de ajudar a encontrar novas formas de reduzir a gigantesca pegada de carbono da humanidade. Na Google, as equipas de investigação trabalham em mais de 20 ferramentas de IA para combater as alterações climáticas e lidar com impactos como inundações e incêndios florestais.
«Todos sabemos que precisamos de avanços no domínio do clima, e precisamos deles rapidamente. Também sabemos que assistimos a um ritmo extraordinariamente rápido de inovação no campo da IA», afirma Juliet Rothenberg, líder de produto do departamento de IA climática da Google. «O que é tão entusiasmante no nosso trabalho em IA climática é que trazemos o ritmo da inovação da IA para enfrentar o desafio climático e vemos resultados muito significativos muito rapidamente.» A Google fez recentemente uma parceria com o Boston Consulting Group numa análise que sugeria que a IA podia ajudar a eliminar até 10% das emissões até 2030.
Embora a IA possa ser usada de várias formas, a empresa procura áreas que possam ter um impacto climático particularmente grande e onde a Google «tem algo especial para trazer para este espaço», refere Juliet Rothenberg.
Pelo seu trabalho na IA climática, a Google é a Empresa do Ano em Mudança Mundial da Fast Company. Eis algumas das ferramentas da empresa que já estão a ser utilizadas.

Green Light
Cada vez que os condutores param num sinal vermelho e depois aceleram quando o sinal muda, aumentam as emissões e a poluição: os cruzamentos urbanos movimentados chegam a ser 29 vezes mais poluídos do que as ruas próximas. Mas em mais de uma dúzia de cidades, de Seattle a Jacarta, os engenheiros de tráfego estão agora a utilizar uma ferramenta de IA da Google para ajudar o tráfego a fluir mais suavemente e reduzir os gases de escape.
A ferramenta, denominada Green Light, analisa os dados de condução do Google Maps e sugere alterações, como, por exemplo, manter um sinal verde durante mais alguns segundos a uma determinada hora do dia. De outra forma, o acesso aos dados de tráfego seria difícil e dispendioso para as cidades, além de menos pormenorizado.
«Desenvolvemos recomendações que os engenheiros de tráfego das cidades podem implementar numa questão de minutos, em comparação com o que anteriormente lhes levaria semanas de análise por cruzamento para optimizar», diz Juliet Rothenberg. «Assistimos a reduções de até 30% nas paragens para o tráfego stop-and-go e a reduções de até 10% nas emissões nos cruzamentos onde operamos.» (Embora o projecto esteja centrado nos condutores, a equipa não apresenta recomendações que possam ter um impacto negativo nos peões ou nos transportes públicos.)

MethaneSAT
Em Março, foi lançado um novo satélite no espaço para procurar metano – um potente gás com efeito de estufa que tem um poder de aquecimento 80 vezes superior ao do CO2. As instalações de petróleo e gás são uma das principais fontes de fugas. O projecto, denominado MethaneSAT, foi criado pelo Fundo de Defesa Ambiental, uma organização sem fins lucrativos. A Google associou-se ao projecto e utiliza a IA para mapear as infra-estruturas de petróleo e gás em todo o mundo, para que a poluição detectada pelo satélite seja associada à sua fonte.

Rastos de  vento
Noutro projecto, os investigadores da Google utilizaram a IA para reduzir um dos desafios climáticos menos conhecidos da aviação – os rastos de vento que se formam atrás dos aviões e que representam mais de um terço da pegada de aquecimento global da aviação. Num teste realizado com a American Airlines ao longo de seis meses, a IA da Google sugeriu trajectórias de voo ligeiramente ajustadas, ajudando a reduzir os rastos de vento em 54%.
A maioria das outras soluções climáticas no sector da aviação «são muito dispendiosas e a muito longo prazo», explica Juliet Rothenberg. «Os rastos são responsáveis por 35% do impacto do aquecimento da aviação e podemos evitá-los mediante alterações de altitude de muito baixo custo – e fazê-lo à escala.»

Tapestry
A Tapestry, um projecto alojado na X, a “fábrica de experiências” da Google, cria ferramentas baseadas em IA que simulam alterações na rede eléctrica para ajudar os operadores da rede a avançar para um futuro 100% renovável. No Chile, por exemplo, onde o país tenciona funcionar com 100% de energias renováveis até 2030, o operador da rede está agora a utilizar a ferramenta de simulação para planear o funcionamento da rede sem energia a carvão. Conseguem «executar 12 vezes mais cenários futuros do que anteriormente», declara Juliet Rothenberg. «Por isso, podemos realmente acelerar a maneira como as redes conseguem compreender as energias renováveis e avançar.»

Centro de inundações
Até recentemente, era quase impossível prever quando é que um rio iria transbordar. Mas a Google usa inteligência artificial para analisar imagens de satélite, construir modelos virtuais de terrenos e combinar esses dados com previsões meteorológicas a fim de criar previsões exactas. Num artigo recente publicado na revista Nature, a equipa explicou que o sistema permite prever inundações com sete dias de antecedência, para as comunidades poderem partir se necessário. A ferramenta é actualmente utilizada em 80 países. À medida que as alterações climáticas tornam as inundações extremas mais comuns, é provável que as comunidades a utilizem ainda com mais frequência.

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