Nova Iorque quer proibir empresas que só aceitem pagamentos electrónicos
O conselho de Nova Iorque votou favoravelmente em relação à proibição de comércio que não aceite pagamentos a dinheiro, dando exclusividade total a meios electrónicos.
As razões da decisão do conselho prendem-se com o facto da limitação do método de pagamento ser visto como um acto de «discriminação para pessoas com baixos rendimentos», para além de constituir um «excesso para a economia digital», segundo declarações da vereadora Richie Torres, principal patrocinadora da medida, citada pelo The Guardian.
Os defensores da medida acreditam que a aceitação exclusiva de pagamentos electrónicos para além de discriminar quem tem baixos rendimentos, «discrimina também imigrantes sem documentação legalizada, pessoas de cor, ou idosos, com menos possibilidades de ter uma conta bancária ou acesso a crédito», refere Stuart Appelbaum, Presidente da União Comércio a Retalho da cidade, citado pelo The Guardian.
Appelbaum acrescenta que «as comunidades de cor na cidade de Nova Iorque têm duas vezes mais probabilidade de não usufruirem de serviços bancários e muito menos oportunidades de se associarem a um banco. Esta lei vai garantir que todos possam comprar ou comer em qualquer loja da nossa cidade.»
Se a lei for aprovada pelo presidente da cidade de Nova Iorque, Bill De Blasio, esta será a quarta localidade a proibir empresas que aceitem exclusivamente pagamentos electrónicos. Nova Jersey, Filadélfia e São Francisco já introduziram as suas proibições no ano passado.
Um relatório de 2019, do departamento de protecção ao consumidor e ao trabalhador da cidade de Nova Iorque, constatou que 11% das famílias da cidade não têm conta bancária.