Sacos de plástico: Usamos 160.000 por segundo. Qual o seu impacto no planeta?
Celebra-se hoje, 3 de julho, o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, uma data dedicada a destacar os efeitos adversos dos sacos plásticos de uso único no meio ambiente. Este dia visa sensibilizar indivíduos, comunidades e empresas em todo o mundo sobre a urgente necessidade de reduzir a dependência de sacos plásticos e tomar medidas coletivas para proteger nosso planeta.
O uso desenfreado de plástico representa uma séria ameaça ambiental devido ao seu longo tempo de decomposição, que pode levar séculos. Esse material liberta toxinas prejudiciais no ar, na água e no solo, contaminando o ambiente e afetando os seres vivos.
O consumo de sacos de plástico atingiu novos recordes. De acordo com os dados do ‘The World Counts’, este ano, estima-se que serão consumidos 5 triliões de sacos de plástico em todo o mundo, o equivalente a incríveis 160.000 sacos por segundo. Se colocados em fila, estes sacos dariam a volta ao mundo sete vezes por hora e cobririam uma área duas vezes maior que a França.
No entanto, a maioria desses sacos é descartada após um único uso, com menos de 1% a serem reciclados. Feitos principalmente de polietileno, um material que pode levar séculos para se decompor, estes sacos representam uma grave ameaça ambiental.
Um saco de plástico comum de compras é usado por apenas 12 minutos, mas pode persistir no meio ambiente por até 1.000 anos. Anualmente, cerca de 100 milhões de toneladas de plástico são produzidas globalmente, com aproximadamente 10% desse volume a encontrar o seu caminho para os oceanos. Estima-se que 300 milhões de sacos de plástico acabem no Oceano Atlântico a cada ano.
Os efeitos desse desperdício são chocantes. Projeções indicam que até 2050, os oceanos podem conter mais plástico do que peixes, medidos pelo peso. Fragmentos de plástico, que se acumulam na forma de “sopas de plástico”, são consumidos por diversas espécies marinhas, resultando em sérias consequências para a vida selvagem. A morte de uma cachalote encontrada na Califórnia, em 2008, revelou que a baleia tinha ingerido 22,2 quilos de plástico.
Assim, os efeitos nocivos do plástico são evidentes em várias formas, como:
- Ameaça à vida selvagem: Os sacos de plástico representam um perigo significativo para os animais marinhos e terrestres. Esses animais confundem frequentemente fragmentos plásticos com alimentos, resultando em ingestão acidental, fome ou até mesmo morte por sufocamento.
- Danos aos ecossistemas: A poluição plástica pode causar danos extensos aos ecossistemas terrestres e aquáticos. O acúmulo de resíduos plásticos liberta substâncias químicas tóxicas, prejudicando plantas, animais e microorganismos.
- Riscos à saúde humana: A decomposição do plástico também liberta substâncias químicas prejudiciais que podem entrar na cadeia alimentar humana, representando riscos para a saúde, como problemas endócrinos e cancro.
- Impacto no clima: A produção de plástico contribui para as emissões de gases de efeito estufa, exacerbando as mudanças climáticas globais e os seus efeitos devastadores sobre o meio ambiente e a sociedade.
- Desmatamento: A extração de petróleo, matéria-prima para a produção de plástico, leva frequentemente ao desmatamento de áreas naturais, impactando negativamente a biodiversidade e os ecossistemas locais.
Em resposta a esses desafios ambientais, a conscientização e ações coletivas são fundamentais. Adotar práticas sustentáveis, como reciclagem, reutilização de sacos de plástico e a promoção de alternativas ecológicas, são passos essenciais para mitigar os impactos do plástico no meio ambiente.