Adidas, Unilever ou Pepsi. Gigantes querem anúncios online mais seguros

Grandes empresas como a Procter & Gamble, a Kellog, a Adidas, a Unilever e a PepsiCola estão preocupadas com o facto dos seus anúncios publicitários aparecerem associados a conteúdos indesejados, tais como vídeos violentos ou terroristas e discursos de ódio, aliando-se por isso a outras como Facebook, YouTube e Twitter para tentar removê-los, segundo a CNN Business.

A ‘Global Aliance for Responsible Media’ (GARM), que representa 60 empresas, de entre as quais agências de publicidade, associações industriais e plataformas digitais, anunciou no Fórum Económico Mundial nesta quinta-feira, várias medidas que ajudam a manter o conteúdo indesejado offline e longe de anúncios.

Todas juntas, as empresas e agências representam 97 mil milhões de dólares em gastos de publicidade, anualmente, e grande parte desses orçamentos é direcionado para plataformas digitais.

Numa entrevista dada à CNN Business, à margem da reunião anual em Davos, Marc Pritchard, director de marca da Procter & Gamble, deseja que exista um sistema responsável e transparente: «eu realmente quero que estabeleçam os mesmos padrões online, que já existem na televisão, rádio e imprensa», referiu Pritchard.

A GARM afirma que vai estabelecer um padrão para identificar os conteúdos prejudiciais, ferramentas comuns que podem ser utilizadas para garantir que os anúncios já não aparecem associados a esses conteúdos e métricas para que o sector possa avaliar o sucesso através da remoção e do bloqueio dos mesmos.

«Nós não queremos ter conteúdos prejudiciais a circular e o público, em concreto, não quer ver as suas marcas de eleição associadas aos mesmos conteúdos», acrescentou Pritchard, citado pela CNN Business.

Pritchard refere ainda que esta questão dos anúncios estarem associados a conteúdos indesejados, antigamente era quase diária. Nesse sentido, a Protect & Gamble suspendeu todos os anúncios do YouTube em 2017, durante mais de um ano. Actualmente a empresa apenas anuncia em canais seleccionados, na plataforma de propriedade da Google.

Já Kirk Perry, presidente de soluções de marca da Google, afirmou num comunicado que era «importante» existir um entendimento mútuo de como tratar e identificar conteúdos prejudiciais.

Carolyn Everson, vice-presidente de soluções globais de marketing do Facebook, disse também num comunicado que a empresa apresenta um «compromisso com a segurança e parceria em toda a indústria».

Pritchard referiu que existiu nos últimos anos um progresso na eliminação de conteúdos indesejados, mas apelou ainda assim a todas as plataformas digitais, para que continuem a melhorar.