França: Funcionários do sector energético cortam eletricidade de 35 mil casas em protesto

Como forma de protesto contra a reforma das pensões em França, os funcionários do sector da energia cortaram a eletricidade de cerca de 35 mil casas e empresas do Sul de Paris, incluindo o aeroporto de Orly e o mercado de frescos da cidade, durante cerca de 90 minutos.

A acção visava «ter um impacto económico e sobretudo mostrar a nossa voz», de acordo com o referido por membros do sindicato da Confederação Geral do Trabalho (CGT), citado pelo The Guardian, que confessaram ser os mandatários do corte de energia.

O aeroporto de Orly não foi afectado pelo corte, uma vez que possui geradores próprios, já a rede de comboios automatizados Orlyval, localizada no aeroporto acabou por não escapar ao protesto.

«Escandalosa e irresponsável», foram os adjectivos utilizados por Julien Denormondie, ministro da cidade e da habitação, para classificar a acção. «É possível imaginar, não só a inconveniência, mas também o risco em que as pessoas foram colocadas? É escandaloso, irresponsável e destrói as condições de diálogo (entre as partes)», acrescentou.

Os cortes de energia afectaram várias cidades do país a partir das 6h da manhã. A eletricidade foi também cortada na sede da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), em Paris, cujas decisões relativas à suspensão de greves e protestos não agradaram aos membros da CGT, que acabaram por invadir os escritórios da CFDT na passada sexta-feira, onde foram acusados de «atacar verbal e fisicamente» os funcionários.

No passado sábado, a CFDT informou que os seus membros iam regressar ao trabalho para «respirar» e considerar formas alternativas de resolver a situação. A CGT, o sindicato mais antigo e poderoso do país, acusou a CFDT de se vender ao governo.

Esta semana é crucial para a oposição do governo e do sindicato na disputa pela reforma das pensões, uma vez que serão apresentadas ao conselho de ministros na sexta-feira.