Aliados da Nato querem explicações de Stoltenberg sobre plano de 100 mil milhões de euros para a Ucrânia

Os aliados da NATO estão a pressionar o secretário-geral cessante, Jens Stoltenberg, para que forneça maiores detalhes esta semana sobre o seu plano de prometer um apoio massivo de 100 mil milhões de euros à Ucrânia. Esta proposta faz parte da estratégia de Stoltenberg para “proteger” o apoio financeiro a Kyiv, caso o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, conhecido por ser cético em relação à Ucrânia, seja reeleito em novembro.

O plano tem gerado controvérsia entre os membros da aliança, com algumas das nações mais próximas da Ucrânia no leste da Europa a manifestarem reservas nas últimas semanas. Estas nações questionam onde e como será obtido um montante tão elevado, especialmente com a aproximação da reunião de líderes da NATO em Washington, marcada para julho.

“O plano é um pouco confuso,” afirmou um oficial de um país da Europa de Leste, que preferiu manter o anonimato devido à sensibilidade do assunto. Este oficial acrescentou que os países esperam que Stoltenberg forneça mais esclarecimentos durante a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Praga, agendada para quinta e sexta-feira.

Ainda não está claro se os pesos-pesados da NATO na Europa, como a Alemanha e a França, apoiarão o plano. Paris tem preferido manter os gastos de defesa dentro da União Europeia em vez da NATO, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, mostra relutância em gastar mais do que o já alocado nas promessas do “Zeitenwende” (ponto de viragem), anunciadas após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

Outro oficial, também de um país amigável à Ucrânia, mencionou que “não ficaria surpreendido” se o valor de €100 mil milhões fosse eventualmente revisto, mas previu que os aliados precisarão de encontrar formas de demonstrar apoio concreto a Kyiv. Dois outros oficiais, familiarizados com as discussões, confirmaram que as negociações estão em andamento, especialmente no que diz respeito ao montante de dinheiro e às formas de alocação.

Um quinto oficial advertiu que, embora os ministros e Stoltenberg discutam os detalhes na reunião de Praga, não serão tomadas decisões formais devido à natureza “informal” do encontro. O chefe da NATO teme que o financiamento para a Ucrânia possa secar na ausência de um compromisso vinculativo.

O plano inicial do escritório do secretário-geral da NATO era que os aliados se comprometessem com 100 mil milhões de euros ao longo de cinco anos, demonstrando aos Estados Unidos que a Europa está a fazer a sua parte no apoio a Kyiv. Este compromisso seria crucial para garantir que o apoio financeiro à Ucrânia se mantenha firme, independentemente das mudanças políticas nos Estados Unidos.

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