UE e Kiev querem iniciar negociações formais de adesão a 25 de junho

As autoridades de Bruxelas estão a pressionar para iniciar negociações formais sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia já em junho, revela esta terça-feira o jornal ‘POLITICO’. Nos bastidores, os diplomatas da UE e de Kiev trabalham intensamente para persuadir o Governo da Hungria a dar a sua aprovação à abertura de conversações – de acordo com cinco diplomatas consultados, o objetivo é iniciar as negociações formais já a 25 de junho.

A abertura das conversações traria um impulso moral à Ucrânia, que tem lutado contra uma invasão russa há mais de dois anos e há muito que aspira a aderir ao bloco ocidental.

De acordo com os líderes da UE, foi proposto ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em dezembro último, que queriam que a Ucrânia e a Moldávia integrassem a UE, mas o procedimento legal formal foi adiado pela oposição de Budapeste – tanto Bruxelas como Kiev estão envolvidos numa intensa diplomacia bilateral com Budapeste para responder às preocupações sobre as minorias húngaras na Ucrânia.

Em abril, as negociações entre Andriy Yermak, o poderoso chefe do gabinete do presidente ucraniano, e o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, “as partes notaram a dinâmica positiva do diálogo” – Kiev respondeu a uma lista de 11 pontos apresentada por Budapeste e aguarda a resposta da Hungria, segundo um diplomata.

Para a abertura das negociações de adesão, os países da UE têm de chegar a acordo sobre um chamado quadro de negociação. As 27 capitais têm regateado esse documento desde que a Comissão Europeia lhes enviou em março. Até agora, as negociações a nível técnico estão a correr bem, disseram dois dos diplomatas, e esperam que um novo projeto seja enviado aos embaixadores da UE nas próximas semanas para que possam resolver as questões mais espinhosas.

A Ucrânia e os seus apoiantes na UE têm apelado à realização da conferência intergovernamental entre Bruxelas e Kiev antes que a Hungria assuma a presidência rotativa do Conselho da UE, a 1 de julho.

O primeiro-ministro húngaro, Victor Orbán, tem sido o maior obstáculo interno ao apoio contínuo da UE à Ucrânia nos últimos dois anos: ameaçou diversas vezes bloquear decisões sobre o financiamento da UE para Kiev, bem como sobre negociações de adesão, e sanções contra a Rússia.

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