Perto de 50 mil contribuintes entregaram IRS na primeira hora. “Pressa é má conselheira”, avisa Associação Nacional de Contabilistas

A campanha de entrega das declarações de IRS, relativo aos rendimentos de 2023, arrancou ontem e termina a de 30 junho. Apesar do prazo final ainda distante, foram muitos os portugueses que quiserem submeter as suas declarações logo no primeiro dia. Mas pode não ser a melhor opção.

Na primeira hora, logo após o sistema do Portal das Finanças ter começado a ter capacidade e ‘inaugurado’ a campanha deste ano de IRS, cerca de 50 mil portugueses trataram logo de submeter as duas declarações, avança a Renascença.

No entanto, a esta Rádio, a Associação Nacional de Contabilistas (ANC) alerta que “a pressa é má conselheira” neste aspeto. “Deve acautelar que tem n sua posse todos os elementos necessários para preencher devidamente a declaração. às vezes há coisas que não pagam impostos, mas que é preciso declarar”, começa por dizer Vítor Vicente, presidente da ANC.

Para evitar surpresas, deve “verificar se os dados das despesas automáticas, de saúde, educação, carregadas no sistema ao longo do ano e que depois são validadas , ou não, estão corretos Se não estiverem, ainda se pode validar, mas não de forma automática, e  terão e ser carregados todos os valores um a um”.

Na altura de entregar a declaração, “é melhor deixar passar alguns dias” depois de começar o processo. “às vezes sucede, em algumas categorias de rendimento, não estar tudo bem logo no início. Se esperarem alguns dias, não se perde nada”, avisa.

 

O contabilista recorda ainda que houve uma alteração nos escalões de IRS em 2023. “As pessoas – não só em janeiro como, sobretudo, em julho – notaram, muitas delas, que o seu salário líquido ao final do mês tinha aumentado. Mas não foram as suas entidades patronais que as aumentaram. Foi o Estado que reduziu a taxa de retenção do IRS sobre os rendimentos mensais, sejam eles ordenados ou pensões. Sucede que essas pessoas, provavelmente, irão agora receber muito menos dinheiro em IRS, porque receberam essas verbas ao longo do ano!, assinala.