Medicamentos para o cancro fazem disparar faturas dos hospitais públicos
De janeiro a outubro de 2019 a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu os 1117 milhões de euros. Os gastos foram consideravelmente superiores ao mesmo período de 2018, correspondendo a um aumento de 1,4%, que se traduz em 15,8 milhões de euros, de acordo com informação prestada pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamentos e Produtos de Saúde.
O aumento das faturas hospitalares públicas com fármacos deve-se maioritariamente às terapêuticas realizadas no tratamento de casos de cancro, que perfazem um total de 332,9 milhões de euros, verificando-se um crescimento de 13,1% em relação a outubro de 2018, constituindo um encargo extra de 38,5 milhões de euros.
Para além do cancro também as doenças lisossomais (doenças hereditárias do metabolismo) e a amiloidose (doenças que têm em comum o depósito extra-celular de proteínas do tipo amiloide comprometendo tecidos e órgão) contribuíram para o aumento da despesa pública hospitalar, num total de 45,5 milhões de euros e 20,6 milhões de euros respetivamente.
O maior aumento da despesa foi verificado na região Norte, correspondendo a mais de 19,2 milhões de euros, seguindo-se da região Centro com mais de 4,3 milhões de euros, constituindo assim um total de 186,9 milhões de euros. Lisboa e vale do Tejo, região que representa a maior parte da despesa do SNS com fármacos hospitalares, registou uma diminuição nos encargos de 0,7%, o equivalente a menos de 3,3 milhões de euros.