Ucrânia: Quanto é que a Rússia pagou ao Irão pelos drones ‘kamikaze’? Hackers descobriram a resposta

Um grupo de hackers alega ter tido acesso a documentos que detalham os custos de produção dos drones iranianos Shahed-136 (conhecidos como ‘drones kamikaze’) e quanto a Rússia terá pago a Teerão pelos aparelhos que têm sido amplamente usados em ataques contra a Ucrânia.

A Prana Network reclamou a autoria de um ataque que comprometeu os servidores da empresa iraniana Sahara Thunder, que servirá como fachada para o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) poder produzir os drones.

Segundo os documentos divulgados, citados pela Newsweek, os documentos detalham também alegadas negociações entre os responsáveis russos e iranianos, tendo em vista a entrega de milhares de unidades Shahed, bem como um projeto em curso para construir uma fábrica destes dispositivos em Alabuga, na Rússia central.

Cada drone, segundo detalha a fuga de informação, tinha um preço de venda definido de 23 milhões de rublos, ou 348 mil euros à época. Moscovo assegurou um acordo de venda a preço mais baixo, por se tratar de uma aquisição em grandes quantidades.

Ficou definida então uma venda de dois mil Shaheds e um preço de cerca de 270 mil euros cada um, e depois outro para venda de um lote de 6000 unidade, com um custo unitário de 179 mil euros.

Os documentos revelam um custo muito mais elevado do que o anteriormente especulado. Especialistas ouvidos pelo The Guardian colocavam cada drone com um custo de produção de 19 mil euros, enquanto o Atlantic Council afirma que seria de 37 mil euros cada um.

Segundo as revelações dos hackers, parte do valor está a ser pago em ouro, tem sido detetadas transferências da Alabuga Machinery para a Sahara Thunder.

O custo relativamente baixo dos Shaheds tornou-os ferramenta-chave na campanha de bombardeamento da Rússia, no âmbito da sua invasão à Ucrânia. Os drones são frequentemente utilizados para atingir infraestruturas energéticas e marítimas, sendo o seu alcance suficiente para chegar ao centro da Ucrânia.

Moscovo está a apostar cada vez mais nestes dispositivos e, de acordo com o The Washington Post, está a construir uma outra fábrica para produzir drones na região central da Rússia, no Tartaristão. O objetivo é que seja capaz de fabricar 6.000 de drones kamikaze até 2025.