Galamba apresentou em Conselho de Ministros diplomas escritos por advogados da ‘Start Campus’, acusa Ministério Público
João Galamba terá levado, enquanto secretário de Estado do Ambiente, e depois como ministro das Infraestruturas, documentos jurídicos elaborados pela empresa ‘Start Campus’ a Conselho de Ministros: de acordo com o Ministério Público, no despacho avançado pela ‘CNN Portugal’, os advogados da empresa “chegaram a elaborar o texto de diplomas ou atos a aprovar” que Galamba levou, com sucesso, a Conselho de Ministros.
De acordo com o despacho do Ministério Público, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, responsáveis da ‘Start Campus’, conseguiram “assim influenciar o conteúdo normativo dos atos do Governo – pelas mãos de João Galamba “ou de Ana Fontoura Gouveia, enquanto secretária de Estado da Energia”.
João Galamba terá ainda beneficiado de almoços e jantares pagos pelos dois administradores da Start Campus, como contrapartida de alegados favores concedidos à empresa que instalou o megacentro de dados em Sines. Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, terá tido também refeições pagas por Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, ambos detidos. As despesas com alguns desses almoços e jantares não tiveram, segundo o Ministério Público (MP), um valor despiciendo.
Em resultado destes contatos, os gestores da Start Campus terão obtido, segundo o MP, vários favores do Governo em matérias do interesse da ‘Start Campus’: por exemplo, a dispensa de procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental na primeira fase do projeto e a emissão de Declaração de Impacto Ambiental favorável com condições quanto à segunda fase.