Reunião do BCE: “Não são esperadas quaisquer alterações de política monetária”, aponta Diretor-Geral da Ebury
Esta semana será marcada por mais uma reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), desta vez em Atenas, mas o consenso não espera uma nova subida das taxas de juro de referência.
“Não são esperadas quaisquer alterações de política monetária, pelo que a atenção se vai concentrar nas comunicações de Christine Lagarde”, explica David Brito, Diretor-Geral da Ebury, em declarações à Executive Digest.
Já no plano macroeconómico, a semana será marcada pelos índices PMI de atividade empresarial, bem como pelos dados relativos aos EUA, à Zona Euro e ao Reino Unido na terça-feira. “Esperam-se leituras pessimistas na Europa, contrastando com um tom mais estável nos EUA”, considera o especialista.
“Os investidores também estarão a acompanhar de perto os desenvolvimentos em Israel, embora o impacto nos mercados financeiros tenha sido até agora muito limitado”, acrescenta.
No que respeita às divisas, o dólar americano foi negociado na semana passada num intervalo estreito de valores em relação aos seus principais pares, terminando ligeiramente abaixo da maioria das moedas europeias, exceto a libra esterlina. “É notável que mais uma semana de subida nas taxas de longo prazo nos EUA não tenha conseguido dar força ao dólar de forma significativa”, o que sugere que o dólar, ao nível atual, está já a prever um cenário muito positivo para a economia dos EUA e rendimentos mais elevados durante bastante mais tempo.
Já a moeda única europeia devia ter tido um cenário mais otimista devido à estabilização dos dados macroeconómicos chineses, no entanto, a crise do Médio Oriente pode ser outro obstáculo ao crescimento, principalmente através do aumento dos preços da energia.
“A Presidente Lagarde terá de seguir uma linha de demarcação delicada, uma vez que os riscos para o crescimento aumentaram substancialmente, mas a inflação de base continua a ser persistentemente elevada e a sua tendência descendente continua a ser muito tímida”, explica a Ebury.