Rauva diz que quer vir a ser o maior banco digital de empresas na UE

A empresa Rauva, que acordou comprar o Banco Empresas Montepio por cerca de 30 milhões de euros, quer tornar-se a médio prazo o maior banco digital dedicado às empresas na União Europeia, disse o seu presidente à Lusa.

Em entrevista, Jon Fath disse que escolheu Portugal para sediar a empresa que fundou (em conjunto com outros investidores) devido ao ecossistema tecnológico, por considerar o país pioneiro na simplificação de operações financeiras para empresas e porque, afirmou, há um espaço vazio para a Rauva junto das pequenas e médias empresas.

Fath considerou que num país em que a maioria das empresas tem menos de 10 funcionários, a Rauva tem a vantagem de oferecer uma “solução completa” que combina “serviços bancários, de gestão de despesas e de contabilidade”.

De Portugal, Jon Fath disse à Lusa querer fazer crescer a Rauva para o resto da Europa.

“Dentro de cinco anos queremos liderar o espaço bancário do sul da Europa para as empresas, em Portugal, Espanha, Itália, França e Grécia. [Depois] queremos ser o maior banco digital para empresas da União Europeia”, afirmou.

Sobre valores de investimento, Jon Fath recusou dar números argumentando sobretudo com o processo de análise da empresa pelo Banco de Portugal, afirmando apenas que irá “investir massivamente em Portugal”.

No início de setembro, a Rauva acordou comprar o Banco de Empresas Montepio por um preço entre 30 e 35 milhões de euros. A atividade (ativos e passivos) e os trabalhadores são integrados no Banco Montepio (o atual dono do Banco de Empresas), pelo que o que compra a Rauva é, na prática, a licença bancária.

Para Jon Fath, a Rauva ter uma licença bancária, poder dar crédito e receber depósitos, será uma grande vantagem pois, considerou, os seus concorrentes que oferecem “o mesmo tipo de produtos não têm licença bancária” e os bancos tradicionais “não têm a tecnologia e as soluções que a Rauva tem para os empreendedores”.

Questionado sobre porque preferiu comprar o banco, em vez de criar um novo, Fath disse que foram avaliadas várias opções e esta aquisição surgiu como a “oportunidade perfeita”.

“Para mim, é claro desde o primeiro dia que a Rauva deve ser regulamentada, é um indicador de confiança para os clientes. As ‘fintech’ geralmente valorizam um hipercrescimento em termo de utilizadores. Decidimos fazer algo diferente e surgiu esta aquisição, mas teríamos pedido uma licença se não tivesse havido esta oportunidade. É o casamento perfeito entre a tecnologia e espaço regulatório”, afirmou.

A Rauva tem 37 pessoas a trabalhar em Portugal, cerca de metade das quais portuguesas.