Rússia quebra o silêncio sobre o mapa da China a reivindicar o seu território

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia rejeitou, esta sexta-feira, a aparente reivindicação de propriedade da China sobre uma ilha disputada que tem sido uma fonte de tensão entre Moscovo e Pequim durante as últimas décadas.

O edição de 2023 do mapa padrão da China, publicado no jornal ‘Global Times’, porta-voz do Partido Comunista Chinês, abordou múltiplas disputas territoriais, entre elas as Ilhas Bolshoi Ussiriysky, na confluência dos rios Ussuri e Amur, que separam a Rússia e a China.

A porta-voz do ministério russo, Maria Zakharova, rejeitou qualquer sugestão de reabertura da disputa territorial, que, sublinhou, foi resolvida por acordos bilaterais há mais de 15 anos. “Os lados russo e chinês aderem à posição comum de que a questão fronteiriça entre os nossos países foi finalmente resolvida”, apontou, em comunicado. “A sua liquidação foi marcada pela ratificação em 2005 do Acordo Complementar sobre a fronteira estatal russo-chinesa na sua parte oriental, segundo o qual a Ilha Bolshoi Ussuriysky foi dividida entre as partes.”

“A delimitação e demarcação da nossa fronteira comum foi concluída em toda a sua extensão (quase 4.300 km), inclusive em 2008 na Ilha Bolshoi Ussuriysky”, frisou.

O novo mapa de Pequim criou novas tensões com vários outros vizinhos: Índia, Malásia, Taiwan e Filipinas manifestaram oposição à apropriação simbólica de terras. No entanto, a China não se desculpou. “Um mapa nacional correto é um símbolo da soberania nacional e da integridade territorial”, referiu Li Yongchun, responsável do Ministério dos Recursos da China. Segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, a publicação do mapa “era uma prática rotineira no exercício da soberania da China, de acordo com a lei”. “Esperamos que as partes relevantes possam permanecer objetivas e calmas e evitar interpretar excessivamente a questão”, finalizou.

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