Mundicenter: Atractividade da oferta

A estratégia do Grupo passa por adaptar o mix comercial de cada shopping ao perfil do consumidor e às suas novas exigências.

Apesar do difícil contexto económico que atravessamos, o ano de 2023 tem-se mostrado surpreendentemente positivo. Na generalidade, os centros comerciais têm registado um menor número de visitantes em comparação com o último ano antes do início da pandemia. No entanto, as vendas por visitante têm vindo a aumentar, superando os níveis do período homólogo quando comparadas com 2019. «Temos vindo a apostar estrategicamente, e vamos continuar a fazê-lo, na atractividade da oferta, adaptando o mix comercial de cada shopping ao perfil do consumidor e às suas novas exigências. É um trabalho que tem sido desenvolvido conjuntamente com os lojistas que têm vindo a investir na actualização do seu espaço de loja, alguns deles aumentando a área de exposição, incluindo tecnologia, tornando a experiência de compra mais apelativa. Continuamos a investir nas áreas comuns do shopping, modernizando-as e criando ambientes mais apelativos que permitem aos nossos visitantes sentirem-se bem e a preferirem os nossos espaços, independentemente da intensificação da oferta online e de lojas de rua», explica Fernando Oliveira, administrador do Grupo Mundicenter.
No que concerne ao lazer, acrescenta o responsável, vão continuar a proporcionar ao público o acesso a eventos culturais e também de pura diversão, consoante o posicionamento do shopping. «Procuramos conhecer melhor o consumidor, o seu perfil e as suas preferências, informação que nos permitirá segmentar a comunicação, objectivo que a Mundicenter persegue e que contribuirá para o crescimento dos nossos centros». E qual a capacidade de adaptação do às novas necessidades do mercado? «Temos conseguido implementar medidas, acções e campanhas muito interessantes. Temos o cuidado de estudar o mercado, o comportamento dos nossos visitantes, as marcas, as tendências e perceber quais as reais necessidades dos nossos clientes. Tal como qualquer negócio/produto/ serviço, também nós temos de ter esta capacidade quase inata de adaptação. No Amoreiras, fomos o primeiro shopping em Portugal a apresentar um food court com um novo conceito, criámos o Miradouro com vista 360º sobre Lisboa, o Oeiras Parque beneficiou de uma ampliação e restyling de todo o centro e o Braga Parque tem vindo a crescer ao longo dos anos, ganhando uma presença regional», sublinha Fernando Oliveira.
No que diz respeito às políticas de sustentabilidade, têm instalados painéis fotovoltaicos em praticamente todos os shoppings onde existia essa possibilidade, terminando este ano a sua colocação no Oeiras Parque. Adoptaram políticas que visam a poupança de água e energia e a promoção da reciclagem. Por shopping e anualmente, desenvolvem pelo menos uma ação que envolva a comunidade e que procura sensibilizar o público para o tema da sustentabilidade.

DIGITAL E SUSTENTABILIDADE

O phigital é uma realidade que tem vindo a crescer e, independentemente onde o consumidor compra – num centro comercial ou online, procura ter a mesma experiência. Este é um desafio para quem faz a gestão dos centros comerciais e também para os lojistas. A utilização da tecnologia, nomeadamente a Inteligência Artificial, para conhecer melhor o consumidor, antecipar as suas necessidades e oferecer uma experiência que mantenha a atractividade dos centros, é o grande desafio. A tecnologia unida a uma nova experiência de compra em loja ou de visita a um centro comercial é um elemento diferenciador.
Deste modo, para responder às diversas motivações é necessário ter uma oferta diferenciadora. Os jovens são consumidores cada vez mais informados e exigentes em relação à oferta. Dominam a tecnologia e genericamente não sentem qualquer barreira em comprar online. São permeáveis a tendências e seguem influenciadores. «Compete-nos saber quais as marcas que eles admiram e procurar ter essa oferta nos centros. Há cada vez mais marcas que começaram a ser vendidas apenas online e que agora aspiram a ter uma loja física. Na comunicação, utilizamos cada vez mais o digital e consoante o shopping, temos implementada uma estratégia de utilização de micro e nano influenciadores que visam impactar o segmento mais jovem», afirma o responsável.
A preocupação com a sustentabilidade é um valor com que esta comunidade está muito envolvida. Não há um único centro comercial que não tenha já em curso várias medidas, campanhas e acções que promovam esta consciencialização. Exemplo disso foi a Exposição “Toy Stories” de Robert Bradford que esteve patente no Amoreiras Shopping Center e que consistia numa mostra de obras de arte feitas de materiais reutilizados, pretendendo cativar a atenção de todos os visitantes, não só através do impacto e deslumbramento destas obras, mas também pela sustentabilidade e consciência ambiental, apelando à reutilização dos brinquedos e ao consumo consciente e ecológico. Outro exemplo foi a Exposição “Mar Vivo” no Oeiras Parque, uma exposição que reflectiu tanto a beleza quanto a fragilidade dos nossos mares. Numa parceria com a Marinha Portuguesa, através do Aquário Vasco da Gama, e a Câmara Municipal de Oeiras, a mostra tinha como objectivo sensibilizar para a importância da preservação do ecossistema marinho e da adopção de comportamentos mais sustentáveis para garantir o futuro do planeta.
Na Mundicenter, a Sustentabilidade assume um papel muito importante e é por isso que continuam a promover medidas, campanhas e acções que aumentem a consciencialização para este tema. «Os desafios para o futuro mantêm-se: redução dos consumos energéticos, promovendo a eficiência energética, minimização dos consumos de água, restrição do uso de papel e plástico, diminuindo a produção de resíduos, fomentando a sua correcta separação, adopção de uma conduta responsável e sustentável ao nível do planeamento e organização de eventos e, claro, sensibilização de todos os colaboradores, lojistas e visitantes para as boas práticas ambientais. Também a APCC promoveu, em Junho, a assinatura de um Pacto para a Sustentabilidade, participado pela Mundicenter e outros associados e operadores do sector, que incorpora o compromisso de integrar práticas sustentáveis em todos os aspectos das operações dos Centros Comerciais», conclui Fernando Oliveira, administrador do Grupo Mundicenter.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Grandes Espaços Comerciais”, publicado na edição de Agosto (n.º 209) da Executive Digest.






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