Islândia celebra nascimento de ‘vulcão bebé’: imagens dão conta do poder da natureza

Não há como prever quanto tempo vai durar a erupção: as duas anteriores duraram seis meses (2021) e três semanas (2022)

Francisco Laranjeira
Julho 26, 2023
8:00

A 10 de julho último, uma erupção vulcânica no sudoeste da Islândia abriu fissuras na Terra, o que permitiu a criação de um novo ‘vulcão bebé’: três fissuras apareceram a nordeste da base de Litli-Hrútur – uma pequena montanha na península de Reykjanes – e começaram a expelir lava derretida no ar, acompanhada por nuvens de gás.

A última erupção da Islândia não foi uma surpresa: Litli-Hrútur faz parte da área vulcânica Fagradalsfjall, que entrou em erupção em março de 2021 e agosto de 2022, após uma pausa de quase 800 anos, e a área circundante tremeu por vários dias – foram registado mais de 12 mil terramotos antes do início da erupção.

As fissuras estenderam-se durante mais de um quilómetro, espalhando três linhas de lava incandescente. No entanto, duas delas fecharam-se no dia seguinte, com a lava forçada a sair de um único cone ativo alongado, que rapidamente se transformou numa grande cratera conforme se acumulava a lava, criando o já considerado “o mais novo vulcão bebé da Terra”: em apenas uma semana, a cratera cresceu para cerca de 30 metros de altura e continua a crescer todos os dias.

O volume de lava que foi lançado na primeira noite foi enorme (até 50 metros cúbicos por segundo) e espalhou-se em todas as direções, o que resultou em diversos incêndios numa área muito ampla, que foi combatido por bombeiros. A partir do dia 17, foi aberto um caminho e os visitantes começaram a aglomerar-se para ver de perto este raro evento. Para lá chegar, é preciso atravessar um trilho de 9 km que o deixa a mil metros da cratera em erupção, que pode ser vista através de uma forte névoa de calor. É um espetáculo incrível mesmo à distância, especialmente à noite.

Atualmente, o trilho está aberto entre as 9 e 18 horas e a caminhada de ida e volta demora pelo menos cinco e seis horas,

A pequena cratera vulcânica continua a crescer dia após dia, à medida que a lava é forçada para o ar e aumenta o cone existente. A lava agora está agora a fluir num volume diário atual estimado de nove metros cúbicos por segundo, uma quantidade semelhante à da erupção de 2021. “Há um limite para a altura que a cratera pode atingir antes que se torne inerentemente instável, então acho que se a atividade permanecer alta é possível que vejamos outros eventos, com secções da parede da cratera a entrar em colapso. É um sistema muito dinâmico, mas temos muitas pessoas a trabalhar na modelagem de diferentes cenários para onde os fluxos de lava podem viajar”, apontou Laura Wainman, da Escola de Terra e Meio Ambiente da Universidade de Leeds, do Reino Unido.

De acordo com a especialista, não há como prever quanto tempo vai durar a erupção: as duas anteriores duraram seis meses (2021) e três semanas (2022).

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.