É o lítio o novo petróleo? Saiba o que está em causa

É mais conhecido como um dos principais componentes na produção de baterias, mas o lítio também já começa a ganhar fama como “petróleo branco”. O leque de utilizações possíveis e a sua disponibilidade a nível mundial justificam a crescente popularidade deste elemento químico, descoberto em 1817 pelo inglês Humphry Davy.

Segundo a Renascença, o lítio pode ser extraído de lagos salgados (Himalaias e Andes, por exemplo) mas também de jazigos minerais de espodumena, petalite, ambligonite e lepidolite, como no caso português. Por cá, as reservas de lítios são uma das maiores da Europa e as sextas a nível mundial. Existem, pelo menos, 12 áreas consideradas de elevado potencial nas regiões Norte e Centro.

A mesma rádio indica que há 79 municípios com requerimentos de prospecção e pesquisa de lítio em Portugal. O aumento da produção de carros eléctricos em 200% será um dos principais motivos para a valorização do lítio e por esta caça em busca de locais de extracção. Até há alguns anos, este elemento era utilizado essencialmente na produção de cerâmica e vidro.

Mas como se obtém o lítio? É necessário é extrair a rocha mecanicamente e enviar o mineral para trituração (dividida em várias fases). Depois, é peneirado, são adicionados agentes químicos, é seco e filtrado, culminando na transformação em carbonato de lítio ou hidróxido de lítio. O processo pode resultar na contaminação de rios e águas subterrâneas e, ainda, na propagação de poeiras nocivas. Possíveis consequências como estas fazem com que as populações temam a exploração de lítio.

Porém, o Governo garante que os efeitos serão minimizados e que há um interesse nacional na exploração deste mineral. Está previsto para Montalegre um complexo de extracção e uma fábrica para o processamento de compostos de lítio para a indústria automóvel e armazenamento de electricidade.

Em declarações reportadas pela Renascença, o secretário de Estado João Galamba garantiu que se o Estudo de Impacte Ambiental for negativo, ou se as medidas compensatórias não puderem ser aplicadas pela empresa, não haverá mina de lítio. Por outro lado, João Matos Fernandes, ministro do Ambiente, defende que a exploração de lítio é essencial para cumprir as metas de neutralidade carbónica.

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