Ten Twenty One: “A Cloud permite a qualquer empresa ter uma maior flexiblidade”
Cada vez mais, as pessoas e empresas têm ao seu dispor quantidades maciças de informação, cujo valor só é extraído se processada adequada e atempadamente. Em entrevista à Executive Digest, Tiago Ribeiro, Managing Director da Ten Twenty One, explica os principais desafios e oportunidades da Cloud.
Qual a importância da Cloud no processo global de Transformação Digital das empresas?
A cloud, como enabler tecnológico, vem permitir processos de transformação acelerados e disruptivos, mas controlados. Como tem a capacidade de melhor suportar a volatilidade e dinâmica natural do negócio e operação, adequando o investimento à utilização real dos activos tecnológicos, é uma ferramenta chave para qualquer programa de modernização tecnológica e transformação digital da operação.
De que forma é que a transição para a Cloud impacta nos resultados do negócio?
Pelos motivos já elencados, a transição para a Cloud permite a qualquer empresa ter uma maior flexibilidade, bem como desenvolver processos de transformação de forma mais rápida e eficiente. Numa altura como a actual, em que se exige a qualquer negócio uma actualização constante, este é um factor decisivo para a sobrevivência e sucesso de qualquer negócio.
Quais as tendências de futuro para maximizar a utilização da Cloud?
A maximização só é possível de atingir pensando na introdução deste paradigma como impactando os vectores de pessoas, processos e tecnologia. É importante assegurar que os profissionais se encontram capacitados para adoptar e implementar adequadamente a tecnologia, que os processos e modelos de governo das organizações estão preparados, e que o desenho e implementação da nova arquitectura assegura as necessidades presentes, mas também as futuras, da organização. Destacaria, assim, três pontos chave nesta visão e execução: o desenho e implementação de um centro de excelência que implemente as melhores práticas ao nível de processos de governo e arquitetura tecnológica; foco relevante ao nível dos dados com implementação das melhores práticas ao nível de arquiteturas de big data e utilização de AI/ML, e implementação de prática de Finops que assegure a adequada rentabilização dos investimentos.
Em relação aos dados, quais os principais desafios e oportunidades para as empresas?
Cada vez mais, as pessoas e empresas têm ao seu dispor quantidades maciças de informação, cujo valor só é extraído se processada adequada e atempadamente. Assim sendo, o desafio primário é a real capacidade, tecnológica e humana de o fazer, recorrendo a arquitecturas preparadas para o efeito, e profissionais especializados. Num outro prisma, continua a existir um desafio real quanto à melhor forma de utilizar e correlacionar informação, assegurando níveis adequados de protecção de dados e equilibrando o valor acrescentado com o risco de má utilização de informação.
Na era dos dados, é fundamental gerar valor a partir deles. Que soluções têm ao dispor dos clientes?
Sendo a TenTwentyOne uma consultora tecnológica com bastante experiência em ambientes cloud, temos ajudado vários clientes a migrar para arquiteturas de Big Data (capazes de armazenar e processar quantidades massivas de informação) evoluindo para utilização de Inteligência Artificial / Machine Learning, que possibilitam de forma muito mais rápida e eficaz a extracção de valor a partir dos dados.
A cooperação entre empresas na partilha de dados analíticos pode ajudar ao ecossistema empresarial português?
Sem dúvida que sim, tanto no que respeita às empresas como aos seus clientes finais. A tecnologia e arquitecturas que possibilitam esta partilha controlada de informação já existem há vários anos, sendo que é necessário encontrar a melhor forma de ultrapassar alguns dogmas quanto à correlação de informação, equilibrando os aspectos legais com o interesse e valor passível de extrair para o consumidor.
Considera que os dados têm mudado o paradigma da relação das empresas com os seus clientes? De que forma?
A capacidade de recolher e analisar dados tem permitido às empresas conhecer muito melhor os seus clientes. Passámos de uma oferta segmentada para meia dúzia de tipos de clientes para ofertas e experiências personalizadas para uma pessoa ou uma empresa específica. Isso significa que a relação e a oferta podem ser muito mais eficientes e relevantes, porque ditadas por aquilo que são os interesses e necessidades de cada cliente.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Cloud e Analytics”, publicado na edição de Maio (n.º 206) da Executive Digest.