“Tirar férias pode matar-te”, diz Elon Musk
Após o sucesso das suas primeiras startups, Elon Musk tornou-se o que todos no final dos anos 90 queríamos ser: um milionário das dotcom. Mas sempre que tira férias alguma desgraça acontece.
Em 1999, Musk vendeu a sua primeira empresa, Zip2, para a Compaq por aproximadamente 300 milhões de dólares. Depois disso, começou o X.com, que acabou por se tornar no PayPal. Em 2002, o eBay comprou o PayPal por 1,5 mil milhões de dólares. Em 2002, fundou a SpaceX, que está avaliada em cerca de 33 mil milhões de dólares, e em 2003, fundou a Tesla, que tem um valor de mercado à volta de 57 mil milhões de dólares.
Embora Musk tenha tido muito sucesso, não teve muito tempo de férias. De facto, segundo Musk, “as férias acabam por matar-nos”.
Por que esta aversão a férias? É parcialmente devido ao trabalho. Musk disse na Recode Decode que para construir com sucesso as suas startups teve que trabalhar mais de 100 horas por semana. E pouco mudou. Em 2018, por exemplo, Musk dormia no chão da fábrica da Tesla, num esforço para recuperar a produção dos carros Modelo 3.
“Não tenho tempo para ir para casa e tomar banho”, disse ele a Gayle King na “CBS This Morning”. “Não defendo que as pessoas devam passar por experiências difíceis no trabalho, enquanto o CEO está de férias”, disse Musk.
Além de trabalhar o tempo todo, Musk sempre que tentou tirar férias teve uma sorte terrível – e fê-lo apenas um punhado de vezes. Em 2015, Musk disse que havia tirado férias apenas duas vezes em mais de uma década, e as duas vezes foram problemáticas. “Nos últimos 12 anos, tentei tirar uma semana de férias duas vezes”, disse na televisão dinamarquesa. “A primeira vez que tirei uma semana de férias, o foguetão Orbital Sciences explodiu e o foguetão [Virgin Galactic] de Richard Branson explodiu na mesma semana. “A segunda vez que tirei uma semana, o meu foguetão explodiu”, disse Musk. “A lição aqui é: não tire uma semana de férias.”
Mesmo antes disso, quando Musk tentou tirar as suas primeiras férias de adulto, a sua lua-de-mel com a primeira mulher Justine, em Setembro de 2000, recebeu más notícias profissionais.
Na época, ele era CEO da X.com, e os executivos da empresa não estavam satisfeitos com a sua liderança. Enquanto Musk estava no avião com Justine, os executivos entregaram uma carta de desconfiança ao conselho da empresa, expulsando Musk como CEO e substituindo-o por Peter Thiel. Quando chegou de lua-de-mel, Musk teve que voar imediatamente de volta para Palo Alto, na Califórnia, de acordo com o livro “Elon Musk: Tesla, SpaceX e The Quest for a Fantastic Future”, de Ashlee Vance.
Mas talvez a experiência mais traumática de Musk tenha acontecido quando ele e Justine decidiram tentar a lua-de-mel novamente em Dezembro. Musk planeou uma viagem de duas semanas ao Brasil e à África do Sul. Enquanto na África do Sul, Musk contraiu a forma mais grave de malária. Depois que dois hospitais o diagnosticarem erroneamente, ele “quase morreu”, disse Musk em “Elon Musk”, antes de ser tratado adequadamente em cima da hora.
“Esta é a minha lição para tirar férias”, disse Musk no livro. “As férias vão-te matar.” Desde as viagens desastrosas, Musk só foi de férias duas vezes: ao Chile e à Austrália.