Má liderança, maus resultados

Por João Costa, Country Manager da Expense Reduction Analysts

No ano em que perdemos Rui Nabeiro, um dos nossos melhores líderes, as comparações são inevitáveis. Afinal o que separa os bons dos maus líderes?

À maior parte dos líderes falta-lhes visão a longo prazo e, por consequência, orientação sobre como direcionar esforços e recursos. Mas será este o único desafio?

Quando uma empresa quer contratar um profissional é importante que não se faça apenas uma lista das competências e características pretendidas no perfil e incluir também aquelas que não se desejam.

Uma má contratação pode ter um impacto financeiro grande para algumas empresas mas, para muitas, pode mesmo ser fatal. Enquanto o custo monetário é facilmente contabilizado, o custo emocional é incalculável. Um mau líder pode minar a cultura, a moral e a produtividade de uma equipa levando, em muitos casos, a que pessoas valiosas desistam e se despeçam – todas situações que levam o seu tempo a recuperar. É, portanto, essencial traçar e reconhecer os tipos de perfis que não interessam contratar.

  • O líder inconsciente não é irresponsável, mas não reconhece as suas limitações e não sabe lidar com a frustração. Não delega tarefas e não consegue resolver imprevistos e, ao não confiar na equipa, acaba por prejudicar a produtividade;
  • O líder descontrolado não consegue gerir as suas emoções. A falta de controlo torna mais difícil a tomada de decisões ponderadas, principalmente em picos de stress;
  • O líder conhecido por árvore é avesso à mudança e não consegue gerir a incerteza nem novos desafios. Por ser muito inflexível, tem dificuldade em adaptar-se a novas realidades;
  • O líder romântico perde-se facilmente em justificações, acabando por ser pouco objetivo e desfocado nos resultados;
  • O líder pessimista só consegue ver o lado negativo das situações, acabando por influenciar negativamente todos os que o rodeiam. É quase impossível uma equipa manter-se motivada e a trabalhar com um ambiente tão negativo;
  • O líder insensível não quer saber de mais ninguém, senão dele próprio. Não valoriza a equipa e apenas a sua perspetiva e opinião são consideradas válidas;
  • O líder individualista tende-se a isolar da equipa e da própria empresa. Conhece os colegas de forma superficial e não faz qualquer esforço para compreender a organização e quem faz parte dela;
  • O líder mandão não lidera, manda. Gere a equipa impondo-se com autoridade, tendo assim dificuldades em conseguir apoio. Acredita que controla a equipa mas, na verdade, ninguém estará disponível para o apoiar em momentos de tensão;
  • O líder paizinho acha que é o mais inteligente de todos e tende a tratar os outros com condescendência. Acha que sabe tudo, não tem paciência para ensinar, não está disposto a aprender com os outros e prefere fazer tudo, pois não confia nas capacidades da equipa;
  • O líder conflituoso não ouve opiniões terceiras nem está aberto a negociações. Não consegue, de uma forma sensata, lidar com conflitos nem opiniões contrárias. Defende apenas as suas ideias, mesmo que isso implique prejudicar a equipa;
  • O líder solitário tem tendência a afastar-se da equipa, manifestando dificuldade em interagir e trabalhar em conjunto. Prefere trabalhar sozinho, tendo dificuldades em delegar tarefas e responsabilidades com a restante equipa;
  • O líder pouco iluminado não sabe para onde vai, não tem metas claras e acaba por arrastar a restante equipa. Como não partilha da visão geral da empresa, não se consegue focar e acaba por não atingir os objetivos.

Se está a pensar contratar alguém, o meu conselho será sempre procurar referências e preparar bem a entrevista, deixando claro o que a empresa espera.

Ao longo da minha vida profissional, conheci alguns profissionais que se encaixavam nestes perfis e no fim, o custo foi sempre muito elevado para a empresa. E você, já teve a experiência de trabalhar com algum destes líderes?

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