“A tecnologia vai, sem dúvida, gerar oportunidades e avanços rápidos no setor da saúde”, diz CEO Siemens Healthineers

Em entrevista à Executive Digest, o CEO da Siemens Healthineers, Jorge Oliveira, falou sobre a empresa e os investimentos previsto para este ano, bem como as principais alterações no setor da saúde no pós pandemia e o impacto das novas tecnologias para a sua evolução.

 

Qual a missão da Siemens Healthineers em Portugal?

A Siemens Healthineers é uma multinacional com um legado de 170 anos em tecnologias e inovações pioneiras no mercado. Todos os dias trabalhamos inspirados pelos cinco milhões de pessoas que beneficiam das nossas tecnologias diariamente. Trabalhamos principalmente no diagnóstico, e isso tem permitido grandes ganhos na promoção de Saúde, com tecnologias que permitem diagnósticos mais precisos, uma intervenção clínica atempada possibilitando encurtar mais o  tempo de resposta e consequentemente  salvar vidas. A nossa missão é fazer parte do processo ao trazer constantemente inovações revolucionárias para o mercado, ajudando os profissionais de saúde a oferecer os melhores cuidados, com o melhor resultado possível para o paciente. O nosso foco é o paciente e a nossa inovação é alavancada sempre por este compromisso.

E a Inovação está no nosso ADN desde sempre. É fundamental para o crescimento da empresa e sobretudo para o nosso compromisso com a sociedade. Hoje em dia, assistimos a várias transformações: por um lado, a esperança média de vida é cada vez maior (leva a que haja mais doenças crónicas) e, por outro lado, todos nós nos envolvemos mais na nossa Saúde, isto é, somos também mais curiosos, interessados e exigentes. Portanto, a nossa missão enquanto empresa é ajudar a conseguir chegar a todos, com tecnologia que dá mais tempo aos profissionais de saúde para atender mais pessoas e com mais qualidade.

Queremos ser cada vez mais relevantes na sociedade com as nossas soluções, para os nossos clientes e no suporte das decisões clínicas. Para isso, contamos também com a nossa equipa que diariamente  faz um trabalho excelente para dar suporte às reais necessidades dos nossos clientes e do Sistema Nacional de Saúde, em Portugal. Temos uma equipa multidisciplinar que trabalha em diferentes valências que vão desde o processo de venda de uma solução até ao nosso serviço técnico que dão apoio em todo o terreno nacional e ilhas. A equipa tem aumentado fruto da qualidade do trabalho desenvolvido e que tem sido reconhecido através dos nossos centros de competência que já prestam serviços para outros países da Europa e fora dela.

 

Quais os principais objetivos para 2023?

Os nossos objetivos para 2023 estão alicerçados no nosso propósito enquanto empresa. Queremos continuar a fazer chegar melhores cuidados a todos os pacientes mesmo os que se encontram nos  centros mais remotos do país, contribuir para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Saúde e da sua rede global de prestadores de cuidados de saúde. Queremos dar suporte aos serviços prestados pelas unidades de saúde privadas do nosso país colocando as nossas soluções e inovações tecnológicas ao serviço dos pacientes. Temos consciência que as nossas soluções hoje em dia já incorporam algoritmos que, com o recurso à inteligência artificial, podem contribuir para diagnósticos mais precisos, dando mais tempo aos médicos e clínicos, tempo de qualidade para estarem ainda mais focados nos seus pacientes.

Os nossos objetivos, entre outros, passam por contribuirmos para uma renovação da base instalada dos equipamentos em Portugal, alavancadas por soluções financeiras e pela consultoria desenvolvidas pelas nossas equipas multidisciplinares. Gostamos de ser vistos como um “boutique country” onde podemos, em conjunto com as nossas equipas internacionais de Investigação e desenvolvimento incluir os nossos parceiros no desenvolvimento e posterior teste de tecnologias diferenciadoras, sendo elas em equipamento laboratorial, equipamentos de imagiologia, soluções digitais, etc.

 

Qual o investimento previsto para este ano?

Os nossos dados são consolidados e a empresa comunica trismestralmente e centralmente os nossos valores de investimento. Em Portugal continuamos sempre a investir quer na equipa, quer na relação com os nossos clientes.

Temos vindo a fazer crescer a nossa equipa, nomeadamente com os nossos centros de competência que passaram, nos últimos 5 anos, de 50 colaboradores para 150 e a dar resposta não só a necessidades locais, mas a exportar serviços para outros países dentro da organização. Queremos continuar a evoluir e a crescer neste trabalho e investimento que estamos a fazer.

E claramente na relação com os nossos parceiros, estamos focados no crescimento do sector. Acreditamos que com o recurso das nossas soluções e da tecnologia poderemos ajudar a responder a questões vitais como as que temos no nosso país, tais como: a redução de custos no SNS, redução das listas de espera dos doentes, potenciar o crescimento da área da Saúde, crescer com todos os atores do setor e aumentar a nossa relevância na sociedade. Sem esquecer a preocupação que as unidades hospitalares têm hoje em dia com a eficiência energética e sustentabilidade das soluções que adquirem atualmente.  Desde logo, identificando os grandes desperdícios de energia e consumos excessivos; modernizar as infraestruturas, incluindo capacidade de geração e armazenamento de energia; reduzindo serviços desnecessários; encontrar maneiras de diminuir o consumo em geral e investir em equipamentos mais eficientes.

Conscientes desta importância a Siemens e a Siemens Healthineers tem contribuído no desenvolvimento de soluções e serviços que diminuem nas instituições o consumo de energia e aumentam a sua produção. Edifícios amigos do ambiente, capazes de produzir a energia que consomem; equipamentos médicos que desde o momento da sua produção, instalação e funcionamento contribuem para a diminuição do consumo de energia, são alguns dos exemplos do conjunto de boas práticas que temos desenvolvido.Mas a nossa ambição é a de poder aportar mais valor nas instituições de saúde com a redução significativa da despesa em energia da componente tecnológica, reduzindo o consumo com equipamentos mais eficientes, uma gestão otimizada dos tempos de produção e do funcionamento da tecnologia, de melhoria dos processos e dos circuitos dos pacientes e utilizadores.

 

Na vossa opinião, quais as principais mudanças no sector da Saúde no pós-pandemia?

O nosso contributo na época da pandemia foi marcante, quer seja pela disponibilização dos testes de antígeno e PCR, quer seja, pela instalação de equipamentos em tempo record para ajudar o sector da saúde a poder prestar os melhores cuidados de saúde.

Para o futuro, o grande chavão que hoje todos os projetos enfrentam, denomina-se como interoperabilidade entre sistemas de informação. A realidade é que nos últimos 15 anos, assistimos a uma crescente digitalização de serviços, no entanto em muitos casos avançamos simplesmente com uma “digitalização” dos processos em papel. E hoje precisamos de dados discretos, estruturados para que os possamos transformar em informação clínica “acionável” que nos permita desenvolver algoritmos, protocolos clínicos que cruzem informação proveniente de várias fontes de dados, áreas clínicas e não clínicas.

A pandemia COVID-19 ajudou a acelerar o processo de atendimento e tratamento do paciente. Todos assistimos a interrupções na prestação de cuidados de saúde de forma generalizada, tanto ao nível do resultado direto do surto de doenças infeciosas, como indiretamente devido a medidas de saúde pública para mitigar a sua transmissão. Esta interrupção causou flutuações dinâmicas rápidas na procura, na capacidade de resposta e na prestação dos cuidados de saúde. Sendo assim, o modelo tradicional de atendimento médico-doente presencial depois da pandemia está também a ser reavaliado, com a tecnologia digital e novos modelos de atendimento a serem rapidamente implementados para dar uma resposta integrada aos requisitos dos doentes e respetiva população.

A sensibilização dos diferentes stakeholders para a utilização de standards de interoperabilidade será crucial para o desenvolvimento de soluções e ecossistemas que irão suportar o desenvolvimento de uma prestação de cuidados do futuro.

 

Como é que a tecnologia poderá revolucionar a forma como os cidadãos cuidam da sua própria Saúde?

O avanço tecnológico irá permitir uma relação diferente, entre doente e unidades hospitalares daquela que existe atualmente. Por exemplo, e apesar ainda do longo caminho para percorrer, os diversos atores no sistema nacional de saúde, quer sejam os hospitais públicos, hospitais privados, setor social, começam a investir recursos e equipamentos que permitem que cada vez mais as doenças menos críticas e consequentemente menos graves, exijam menos tempo de internamento, ou melhor dizendo poderão continuar a ter um acompanhamento de qualidade, mas fora das paredes dos hospitais e clínicas. A saúde de proximidade cria uma resposta ágil de suporte à prestação de cuidados de saúde que, funcionando em rede e de forma integrada com os restantes intervenientes do ecossistema de saúde, potencia as capacidades das organizações, retirando doentes das salas de espera, diminuindo os tempos de atendimento ao mesmo tempo que permite controlar o agravamento das patologias clínicas. Focada neste desafio, na Siemens Healthineers temos vindo a desenvolver no nosso portefólio soluções versáteis e polivalentes, que levam a saúde até à população, além-fronteiras dos hospitais e clínicas.

Já temos dado suporte a algumas unidades hospitalares em Portugal para este acompanhamento do doente à distância. Isto tudo, porque estas unidades estão já equipadas com tecnologia que garante um amplo espetro de exames de prevenção e diagnóstico. Falamos de equipamentos como ecógrafos, mamógrafos ou pequenos dispositivos de point-of-care que conseguem, através de colheitas únicas e rápidas, garantir resultados clínicos em minutos. Podem ainda ser adaptadas para o acompanhamento de doenças crónicas, por exemplo de foro cardiovascular ou a diabetes, ou, até mesmo, para a avaliação contínua do estado geral de saúde. Um caso de sucesso internacional tem sido a sua utilização em programas de rastreio do cancro (pulmão, mama, entre outros).

 

Na vossa opinião, que tecnologias ganharão maior preponderância no futuro?

Para nós que trabalhamos no sector, numa empresa como a nossa que tem no seu ADN a Inovação, é fácil “sonhar” com o futuro das tecnologias e do seu desenvolvimento. Mas, ao mesmo tempo que sonhamos, temos a consciência da relevância e do suporte que a tecnologia tem nos dias futuros. É de facto um excelente desafio dedicarmo-nos a imaginar como poderão ser os cuidados de saúde daqui a décadas. O que está em desenvolvimento nos dias de hoje, mesmo que numa fase embrionária, serão, à medida que amadurecem, provavelmente os verdadeiros motores da mudança. Porque o futuro constrói-se já hoje. Por exemplo, a criação do nosso Digital Twin (cópia de saúde digital) é uma das inovações mais importantes.

O objetivo desta solução é prever o que irá acontecer ao nosso corpo, tanto em estados de gestão da saúde como na prevenção da doença. Imaginemos um futuro em que sejamos capazes de utilizar o Digital Twin para trabalhar em conjunto com profissionais de saúde para antecipar problemas, personalizar a prevenção, diagnosticar doenças, e até mesmo prever o resultado de várias abordagens de tratamento. À medida que vamos integrando cada vez mais dados, o Digital Twin tornar-se-á cada vez mais preciso e de elevada aplicabilidade. Utilizando o Digital Twin sempre com o consentimento da pessoa de forma individual, clinicamente poderemos antecipar problemas de saúde crónicos como hipertensão ou diabetes e criar planos de prevenção personalizados, potenciando uma revolução nos cuidados preventivos. O Digital Twin de saúde também dará origem a uma nova era de medicina preditiva, dando aos profissionais de saúde ferramentas para simular resultados de possíveis abordagens ou mesmo planear cirurgias complexas antes mesmo de tratar o doente “real”.

Ao reforçar as capacidades de diagnóstico e ao melhorar a eficiência, o Digital Twin irá libertar os profissionais de saúde para se concentrarem no que a Inteligência Artificial não irá: promover ainda mais e melhor interação entre profissionais de saúde e doentes na sua relação holística e interpessoal.

Mas se esta é ainda uma realidade em construção, podemos falar já de algumas tecnologias que temos disponíveis como a que lançamos o ano passado no mercado, como o PhotonCounting. Trata-se de uma nova solução de diagnóstico com maior precisão e rapidez e que marcou o arranque de uma nova era na tomografia computorizada, porque maior precisão no diagnóstico significa mais saúde e mais qualidade na vida dos doentes. Esta nova tecnologia foi desenvolvida para ajudar e apoiar os médicos no diagnóstico, assim como também libertar estes profissionais, que têm de realizar inúmeros exames, para que possam refletir sobre os casos mais graves. Com esta tecnologia o médico vai ter mais tempo para poder conversar com o paciente e impactar de forma positiva a sua experiência.

Fomos pioneiros o ano passado a lançar o primeiro tomógrafo do mundo com tecnologia Photon-Counting que representa um salto qualitativo na medicina de precisão. Os médicos passam a poder ver doenças que antigamente eram difíceis de identificar. No fundo, passamos a poder ver o inimaginável e a ver aquilo que muitos achavam que levaria muitos anos para acontecer, mas que a Siemens Healthineers conseguiu depois de quinze anos de investimento e de muitas patentes.

Esta nova tecnologia vai ajudar e apoiar os médicos no diagnóstico, assim como também vai libertar estes profissionais, que têm de realizar inúmeros exames, para que possam refletir sobre os casos mais graves. O médico vai ter mais tempo para poder conversar com o paciente e impactar de forma positiva a sua experiência.

E não podemos esquecer todo o trabalho desenvolvido nas doenças oncológicas. Já percorremos muito caminho, mas há ainda outro tanto para fazer.  A tecnologia aqui será também fundamental e estamos nesse sentido enquanto empresa a acompanhar todo o desenvolvimento apostando sempre na inovação.

 

Qual o impacto das várias tecnologias associadas à Saúde nas nossas vidas?

São muitas e a pandemia COVID-19 revolucionou a maneira como as pessoas interagem, e, consequentemente, percecionam o sistema de saúde e as tecnologias que existem e as que vão surgir num futuro próximo ditam muitas transformações na Saúde.

Antes de irmos à tecnologia é preciso falar dos pacientes que são hoje consumidores informados, que se preocupam não apenas com a qualidade dos cuidados de saúde, mas também com a qualidade da experiência aquando da prestação dos serviços por parte das equipas nas unidades de saúde. Por isso é fundamental repensar a forma como as unidades de saúde precisam, através de uma transformação da cultura organizacional, ao nível dos cuidados de saúde, recentrar a sua visão para colocar o paciente no centro das suas decisões. Isso far-se-á através da adoção de uma abordagem integrada de quatro pilares: foco central no paciente, alteração da dinâmica organizacional – desde as clínicas de saúde primárias, aos hospitais, e ao sistema de saúde como um todo -, transformação da cultura organizacional, e implementação de um sistema de melhoria contínua.

A tecnologia vai também sem dúvida gerar oportunidades e avanços rápidos no sector da Saúde. Em Portugal, apesar do longo caminho que ainda temos para percorrer vamos já tendo projetos que nos conduzem ao futuro. Temos vários exemplos: a criação de salas híbridas já a funcionar em Portugal e que dão suporte a intervenções complexas e delicadas. Ou se quisermos um outro exemplo, como o uso dos algoritmos e do machine learning que têm um impacto fundamental na leitura de um grande database de informação para ir ajustando diferentes diagnósticos. Temos lançado diferentes algoritmos que permitem um diagnóstico mais eficaz. Por exemplo, com o último que lançámos para o cancro da mama, o diagnóstico fica 30% mais preciso e mais rápido.

 

Considera que a Saúde será, cada vez mais, um dos principais motores do desenvolvimento económico?

Sem dúvida. O desenvolvimento económico passará pelo crescimento do sector da Saúde. Teremos que ter novas abordagens para que esse investimento aconteça. Atualmente, temos de falar dos Novos Modelos de Contratação Pública, que na nossa perspetiva promovem a autonomia dos gestores das instituições de saúde, numa perspetiva de médio-longo prazo, através de contratos plurianuais, considerando a aquisição, utilização, manutenção e atualização dos equipamentos assegurando a sua operacionalidade e a formação dos profissionais de saúde, com impacto no acesso aos cuidados e eficiência na atividade. Estas iniciativas de contratação pública são já aplicadas noutros países da Europa, como exemplo, em Espanha, a nível regional como exemplos a Região de Múrcia e Hospital Universitário de Cáceres e também no Reino Unido, em larga escala na região de Manchester, envolvendo 8 unidades hospitalares. Sabemos que o caminho tem de ser feito e é viável.

E por isso estamos a trabalhar em conjunto com os nossos clientes (hospitais, clínicas e laboratórios) com o objetivo de encontrar soluções que sejam sustentáveis do ponto de vista financeiro, clínico e operacional.

 

Como pode Portugal aproveitar este momento para ganhar espaço ou vantagem a esse nível?

Portugal é reconhecido por ser um país pioneiro na adoção de tecnologia de vanguarda, os nossos clientes e parceiros reconhecem a importância de trabalharem com as melhores soluções. E estamos sempre, enquanto país, na vanguarda da tecnologia e das soluções. Mas a evolução não se faz só das soluções digitais e dos equipamentos e das infraestruturas das unidades de saúde. Faz-se também pelo talento das pessoas e das equipas. E essas farão a diferença num país como o nosso. A medicina vai sem dúvida ser feita de forma diferente. A tecnologia vai permitir respostas diferenciadoras. As equipas e os talentos que temos nas organizações também serão fundamentais e cruciais. Serão em conjunto o motor da mudança num país como o nosso. Não esquecendo a importância de alavancar a colaboração entre unidades e profissionais de saúde, indústria e academia. Temos espaço e temos potencial para sermos agentes ativos na inovação e aí também sermos competitivos. Projetos como a Cátedra LifeSpan ou o SmartHealth4All são ótimos exemplos disto mesmo. A Cátedra LifeSpan é uma colaboração entre universidade, hospital e indústria, que visa promover investigação em alguns dos principais desafios em saúde, como o envelhecimento, as doenças crónicas e procurar respostas a melhoria da qualidade de vida das pessoas e sua longevidade. O projeto SmartHealth4All é um consórcio que potencia e tira vantagem do ecossistema de investigação e desenvolvimento em saúde, permitindo desenvolver tecnologia made in Portugal, com forte potencial de translação para o mercado global.

Se pensarmos em outros domínios, como a validação de produtos e equipamentos em fases pré-mercado, Portugal tem sido palco de várias. Atualmente, Portugal é um dos sites europeus para validar um novo analisador laboratorial integrado, que consolida numa única plataforma os módulos de química e de imunoquímica e que foi desenvolvido para responder às necessidades dos laboratórios de baixo e médio volume, em menos de 2m2.

 

10-Como é que a Siemens Healthineers olha para o futuro da Saúde?

Olhamos para o futuro da Saúde como um sector que vai mudar muito nos próximos anos. E vai mudar e crescer de forma rápida. Acreditamos que a digitalização vai permitir uma maior humanização nos cuidados prestados em saúde. Ao longo da última década, a transformação digital tem vindo a moldar as instituições de saúde. Ainda que de uma forma mais ou menos constante, assistimos ao desenvolvimento de estruturas e processos que permitiram às organizações a sua digitalização com um impacto mensurável sobre as mesmas. Como já referi, temos o exemplo da pandemia de Covid-19 que arrastou inevitavelmente uma alteração substancial da relação entre a doença, o doente e os prestadores de saúde, em duas áreas fundamentais: na qualidade e rapidez da informação que o doente envia aos serviços de saúde e na qualidade e rapidez com que os serviços dão suporte às necessidades do doente.

O futuro passará sem dúvida pelo avanço rápido das tecnologias, das soluções e dos equipamentos que darão suportes em “doenças chaves” como as cardíacas, ou as do foro oncológico que marcarão o futuro da Saúde e onde a Siemens Healthineers tem investido com a Varian em diferentes soluções de suporte ao diagnóstico e tratamento do paciente. A somar ainda o recurso ao uso de inteligência artificial que vai ser capaz de explorar e analisar todas as informações através de sistemas interoperáveis. O futuro dos cuidados de saúde, potenciarão desta forma maior prevenção, deteção precoce, suporte à decisão e terapia, bem como níveis de acompanhamento e monitorização inovadores que irão instituir uma relação que vai além do doente-médico, mas sim do cidadão-médico. Uma relação onde o doente já não é apenas um ouvinte, mas um participante ativo, onde a sua opinião tem um papel determinante na escolha de terapêutica. O médico com suporte da tecnologia terá mais tempo de qualidade com o doente, aumentando a eficiência e a qualidade do serviço prestado, promovendo assim uma maior humanização nos cuidados prestados.

 

Sobre Jorge Oliveira

Jorge Oliveira é casado e tem dois filhos. É licenciado em Gestão de empresas e tem uma pós-graduação. Tem mais de 20 anos de experiência na saúde, desempenhou diferentes funções de direção em Portugal e Internacional, tendo sido CFO do mercado português na última década, função esta que acumulou nos últimos 2 anos, com a de Head of Finance Diagnostics da Europa do Sul.

Gosta de começar o seu dia de trabalho muito cedo e aproveita o fim-de-semana para praticar ténis, um desporto que o acompanha desde sempre.

Está a ler 2 livros ” A hora mais negra”, de Anthony McCarten, que relata como Churchill salvou a Inglaterra durante a segunda guerra mundial. É um apaixonado por Winston Churchill, pela sua história e como inspirou um país a ultrapassar os desafios. O segundo livro é “Os líderes comem por último”, de Simon Sinek, que, sendo um livro mais corporativo, relata-nos episódios reais de segredos de equipas bem-sucedidas.

Ler Mais