Jornada de transformação

Formação de Executivos da NOVA SBE está cada vez mais alinhada com as jornadas de transformação que as empresas precisam de fazer para crescer neste mundo globalizado. Pedro Brito, associate dean for Executive Education & Business Transformation da NOVA SBE, explica como o estão a fazer e o impacto que está a ter nas organizações suas clientes.

A NOVA SBE Executive Education está a mudar o conceito de Formação de Executivos através do desenvolvimento de Talent & Business Transformation (TBT). Em que consiste?

Ao longo do tempo, a escola estava organizada de uma forma um pouco mais vertical. Tinha a área de Formação de Executivos, ela própria com duas áreas – programas abertos, com um portefólio onde qualquer pessoa se pode inscrever e participar, e programas customizados, que trabalham de uma forma muito mais personalizada as necessidades dos nossos clientes e parceiros – e outras que trabalhavam de forma vertical, um pouco mais isolada. Aqui inseriam-se as áreas de inovação, do digital e dos Knowledge Centers.

A determinada altura sentimos que a proposta de valor da escola devia ser muito mais integrada,por várias razões. Os clientes que visitamos querem cada vez mais programas integrados e não departamentais, verticais.

Qual o papel do TBT neste âmbito? O TBT tem uma proposta de valor mais integrada e hoje olhamos para as necessidades das empresas como jornadas, que podem ser, por exemplo, de transformação digital. É impossível trabalhar a loucura do digital sem abordarmos temas de comunicação interna, estratégia digital, cultura organizacional, a própria área financeira sobre impacto que o retorno da implementação da tecnologia vai ter e a mudança que terá no modelo de negócio, na estratégia. A jornada digital mudou radicalmente.

Dando outro exemplo, o contexto actual faz com que nós, enquanto pessoas e enquanto organizações, sintamos uma pressão tremenda por parte do mercado por causa da globalização, da tecnologia e da sustentabilidade. A sustentabilidade ainda é vista muitas vezes como um tema “green”…

E não é?

Não. As gerações mais novas têm uma expectativa de trabalhar em organizações que, mais do que serem, do ponto de vista ambiental, conscientes, tenham um propósito muito mais profundo, um equilíbrio do ponto de vista de gestão financeira muito melhor, que as lideranças sejam conscientes no processo de tomada de decisão, que consigam equilibrar o curto prazo com o longo e equilibrar inovação e mudança versus estabilidade. É uma mudança de paradigma com a qual a maior parte dos líderes de topo das organizações não sabe lidar, quer do ponto de vista de finanças sustentáveis quer de performance, quer depois de sustentabilidade mais “green”. Neste âmbito, hoje temos empresas de grande consumo que são produtoras e olham para nós como uma entidade que os pode ajudar a criar um ecossistema para os apoiar na jornada de sustentabilidade.

Em termos práticos, como é feita essa jornada?

Temos uma equipa core – com pessoas de consultoria, gestão, muitos deles com experiência não só académica, mas também de linha – que faz um diagnóstico junto das empresas para tentar perceber as suas necessidades. A maior parte das escolas não tem esta combinação entre a experiência profissional, académica e depois também a capacidade de acesso não só local, mas também internacional, às melhores práticas por e ferramentas. Isto confere-nos também uma capacidade de escutar invulgar.

Quais os temas mais procurados?

A liderança, curiosamente, continua a ser, porque as pessoas, os líderes, as equipas, o contexto e o mundo mudam e, portanto, os desafios também vão evoluindo. As pessoas têm que ter cada vez mais ferramentas para poder lidar com essa evolução. Muitas vezes os clientes não dizem que querem fazer um programa de liderança, mas o tema está na liderança. Querem fazer uma mudança organizacional, mas os líderes não estão preparados e precisam de ajuda. Há um tema comportamental, de cultura e liderança que está sempre na ponta da lança para poder garantir o sucesso de programas desta natureza.

Quem procura mais a escola para estes programas customizados?

Historicamente têm sido as grandes empresas. As PME, muitas vezes por uma questão de investimento e disponibilidade, têm optado pelos programas de portefólio. No entanto, este ano vamos lançar pela primeira vez um programa que tem um modelo muito focado nas PME. Vamos convidar um conjunto de PME que têm interesse e motivação para participarem em programas desta natureza, com gerência, equipa de gestão e outros quadros superiores, numa jornada com diferentes capítulos. Em Janeiro, por exemplo, vamos trabalhar o tema de estratégia com um conjunto de empresas presentes numa turma. No mês seguinte, os professores e os nossos colegas da área de estratégia vão às empresas – quase numa lógica de sequência – para reflectir especificamente com a equipa de gestão temas relacionados com a estratégia da empresa. Isso permite fazer uma jornada de desenvolvimento mais consistente, muito focada no impacto que queremos ter nas organizações, não ficando protegidos apenas com a entrega do conhecimento.

A formação de executivos ajudou a ultrapassar a barreira que existia entre a Academia e as empresas?

Quando as empresas começam a olhar para a formação de executivos como uma forma de os ajudar a preparar as equipas para os desafios que têm no futuro é evidente que há uma aproximação muito grande. A título de exemplo, temos como cliente a Ageas Seguros, com um desafio que passa pela necessidade de se diferenciar e inovar muito rapidamente local e internacionalmente. Reconheceu na NOVA SBE uma entidade que o podia ajudar a fazer esse caminho em diferentes dimensões. Por um lado, a preparar as equipas para pensar para além daquilo que é o óbvio e, por outro, na inovação de produto. A nossa unidade de inovação, que integra o TBT, tem como responsabilidade todo o processo de desenvolvimento de produto para a Ageas. E a escola está prestes a lançar o primeiro produto de seguros para uma entidade seguradora, feito num ecossistema de inovação, de formação de competências, com o nosso cliente. Este é o tipo de aproximação que queremos fazer.

Qual é a percentagem de alunos estrangeiros nas vossas formações de executivos?

Temos cerca de 4 mil alunos por ano e alunos estrangeiros sensivelmente 600, mas a crescer de uma forma abrupta. Temos tido cada vez mais alunos não só novos, mas também que regressam porque compreendem a proposta de valor geral.

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