NASA está a monitorizar estranha anomalia no campo magnético da Terra

Uma grande e estranha irregularidade no campo magnético da Terra, denominada de ‘Anomalia do Atlântico Sul’, chamou a atenção da NASA que tem estado a monitorizá-la ativamente.

Este fenómeno, que se situa numa região de menor intensidade magnética entre a América do Sul e o sudoeste de África, tem sido motivo de preocupação para os cientistas, dado que os satélites e naves espaciais da NASA são vulneráveis à força enfraquecida do campo magnético dentro da anomalia bem como à consequente exposição a partículas carregadas do Sol, explica o Science Alert.

A NASA, que compara esta anormalidade a uma “mossa” no campo magnético do planeta ou a uma espécie de “buraco no Espaço”, esclareceu que embora não afete a vida na Terra, tem impacto na Estação Espacial Internacional, laboratório que começou a ser montado em órbita em 1998 e terminou em 2011, na missão STS-135.

A força reduzida do campo magnético dentro da irregularidade indica que existe a possibilidade de os sistemas tecnológicos instalados nos satélites entrarem em curto-circuito ou funcionarem com defeito, caso sejam atingidos por protões de alta energia.

Ainda que possam ser registadas apenas falhas de baixo nível, existe a probabilidade de ocorrer uma perda significativa de dados ou mesmo danos permanentes em componentes chave, o que obriga a que os operadores de satélites desliguem periodicamente os sistemas de naves espaciais antes de entrarem nesta zona.

A Anomalia do Atlântico Sul é uma oportunidade para investigar um acontecimento complexo e difícil de compreender até pela NASA, que receia danos no Espaço como consequência.

 

“O campo magnético é na realidade uma sobreposição de campos de muitas fontes atuais”, frisou o  geofísico do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, nos Estados Unidos da América (EUA), Terry Sabaka.

A fonte primária do campo magnético da Terra é considerada como um oceano giratório de ferro fundido dentro do núcleo exterior do planeta, a milhares de quilómetros abaixo do solo, movimento capaz de gerar correntes elétricas.

Um estudo intitulado de ‘A elevada dispersão paleomagnética em Santa Helena sugere um comportamento anómalo de longa duração no Atlântico Sul’, publicado na revista PNAS em 2020, revelou que este fenómeno não é estranho nem recente, mas um acontecimento magnético recorrente que pode estar a afetar a Terra há 11 milhões de anos.

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