Dezenas de execuções sumárias de prisioneiros de guerra russos e ucranianos, relata ONU
Foram relatados dezenas de casos de execuções sumárias de prisioneiros de guerra russos e ucranianos desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, num relatório divulgado esta sexta-feira pelo gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
No documento consta a execução de 15 prisioneiros de guerra ucranianos pelas tropas russas, que foram utilizados como escudos humanos, e a morte de duas pessoas detidas, que foram torturadas e não tiveram acesso a cuidados médicos.
É cada vez mais difícil para a Organização das Nações Unidas (ONU) conseguir dados da Rússia ou dos territórios ocupados, o que não acontece com a informação relativa à Ucrânia, amplamente divulgada pelo Governo de Volodymyr Zelensky.
Há outras situações relatadas como o de um agente da Guarda Nacional da Ucrânia, torturado e executado por não ter fornecido uma palavra-chave de entrada numa estação de rádio, em Mariupol, e ainda a de um soldado ucraniano ferido que foi baleado no peito e na cabeça após ser detido pelos mercenários do grupo Wagner, numa aldeia a sul de Bakhmut.
“Execuções sumárias e ataques contra prisioneiros de guerra e pessoas fora de combate são proibidos ao abrigo da lei internacional e, quando deliberados, constituem crimes de guerra”, esclarece a ONU ao destacar a ausência de cooperação dos russos com os investigadores da ONU.
Já do lado ucraniano, foram recolhidos dados de, pelo menos, 25 execuções de prisioneiros de guerra russos, com o relatório a detalhar o incidente em março de 2022, na região de Lugansk, altura em que alguns membros de grupos armados associados à Rússia terão sido mortos por recusarem render-se perante os soldados ucranianos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, justificou a invasão à Ucrânia com a necessidade de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não é conhecido o número de baixas civis e militares do conflito, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que será elevado.